FASCINANTE

15/07/2013

Poetalmente Amor Rima Com Dor

Realmente poetalmente, amor rima com dor...
Mas amor não combina bem com dor...
Amor combina com alegria, mesmo que não rime...
Osculos e amplexos,
Marcial
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É fato que poetalmente amor rima com dor, mas na vida não é a combinação ideal, pois amor combina com felicidade, com alegria, jamais com dor, embora possa se dizer que existem duas dores no amor, que doem fundo, e uma delas, é quando a relação termina unilateralmente, ou seja, alguém termina um relacionamento, mas o amor persiste em um dos lados que, logicamente não se conformará facilmente com o fato de não mais ser amado.  Não é fácil acostumar-se com a ausência de quem queríamos a nosso lado.  Perguntamo-nos porque fomos rejeitados, não nos conformando por não sermos amados com a mesma intensidade que amamos. 

E isso dói fundo em nossa alma, eis que sentimos falta dos beijos, dos abraços, daquelas ternas carícias, e perguntamo-nos como tanto amor pode acabar, mas o fato é que  acabou, e torna-se necessário substitui-lo, para não ficar apenas nas lembranças. Temos que nos dar a chance de viver novamente. Se não foi possível com um amor, será com outro.  Não podemos deixar de viver, apesar da dor.

Por paradoxal que possa parecer, a segunda dor é justamente essa “operação limpeza” que precisamos fazer, pois teremos que esvaziar nosso coração, deletando a saudade que teimosamente lá permanece, pois não é muito fácil remover de nosso interior tudo aquilo que lá temos enraizado.  Mas é imperioso faze-lo, mesmo que nos doa, pois se não o fizermos, a dor continuará doendo, e não conseguiremos viver um novo amor dessa maneira.

Estranhamente vai nos doer para nos livrarmos dessa dor.  Algo como a picada da anestesia que o dentista aplica antes de extrair o dente.  O efeito da anestesia ainda permanecerá algum tempo, deixando-nos como que adormecidos, mas traz gostoso alívio depois.  Assim será a “extração das lembranças perdidas”.  Vai doer, mas passa logo, e a vida estará novamente à nossa frente, esperando que a vivamos com renovada alegria de viver.

Na realidade, o que atrapalhava era aquela necessidade masoquista de curtir a tristeza do amor perdido.  Perdiamo-nos nas lembranças dos gostosos momentos vividos, fechando os olhos para a possibilidade de reviver as mesmas alegrias ao lado de outro alguém. Ninguém é totalmente insubstituível. Não podemos ficar eternamente apegados ao amor, tanto quanto à pessoa que amamos. Precisamos esquece-la para voltar a viver com alegria, mesmo que sempre fique aquela lembrança guardada lá no fundo, pois um amor verdadeiro, jamais será esquecido totalmente, mas podemos te-lo como um momento bom vivido, e que já acabou, embora deixando boas recordações, acabou, e a vida continua.

Certamente essa será uma dor mais amena, quase imperceptível. Não mais a querermos a nosso lado, mas a queremos em nossa saudade.  Estranho, não? Mas a capacidade de amar nos faz ver que estamos vivos. Então, para melhor nos livrarmos dessa dor, nada como a anestesia de um novo amor.

Uma pequena frase de L’Inconnu:
"Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo." 

É um fato, pois quando nos entregamos a um amor, deixamos algo de nós junto a esse amor, e ao nos despedirmos dele, seja por qual motivo for, esse algo nosso irá junto, e exatamente por isso, é que precisamos sempre nos reciclar para continuar vivendo, e a vida sempre será boa, seja com um amor por toda a vida, ou com muitos amores a serem vividos enquanto vivermos.

Como a amizade é a forma mais linda de amor, é que precisamos sempre manter as boas amizades, para não perdermos muitos pedaços nossos, sempre vivendo em paz, e tendo UM LINDO DIA.

 Marcial Salaverry



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