Sampa... que saudade da
"minha infancia querida que os anos não trazem mais..."
Rememoremos, pois, neste 464º aniversário...
Ósculos e amplexos,
Marcial
UM RETRATO DE SÃO PAULO
Marcial Salaverry
São Paulo sempre teve espírito pioneiro.
Foi daqui que sairam as Entradas e as Bandeiras,
que desbravaram o território brasileiro...
Os grandes acontecimentos, sempre tiveram
São Paulo à testa,
e isso a História o atesta.
Bandeirantes, entradistas,
e também líderes abolicionistas,
foram eminentes paulistas...
Em São Paulo sempre tramou-se a independência,
e tiveram paciência,
para esperar a hora certa...
Entre Santos e São Paulo, D. Pedro recebeu o recado fatal,
e proclamou a independência, afinal...
assim conta a História,
e São Paulo detém esta glória,
de ter sido aqui finalmente proclamada
a Independência tão sonhada...
Marcial Salaverry
(Êste poema foi escrito para o Dia da Independência, 7 de Setembro de 1952, pelo aluno do Grupo Escolar Arthur Guimarães, Marcial Armando Salaverry, aluno da Profª Rosina Pastore, encontrado entre algumas relíquias do passado...)
A VELHA SAMPA... AQUELA SÃO PAULO DA GAROA
Marcial Salaverry
São Paulo, sempre foi uma das grandes cidades do mundo, e sempre a maior do Brasil. Mas quem vê esta metrópole alucinada de hoje, e a conheceu em outras épocas, forçosamente sentirá a saudade batendo forte no peito.
"minha infancia querida que os anos não trazem mais..."
Rememoremos, pois, neste 464º aniversário...
Ósculos e amplexos,
Marcial
UM RETRATO DE SÃO PAULO
Marcial Salaverry
São Paulo sempre teve espírito pioneiro.
Foi daqui que sairam as Entradas e as Bandeiras,
que desbravaram o território brasileiro...
Os grandes acontecimentos, sempre tiveram
São Paulo à testa,
e isso a História o atesta.
Bandeirantes, entradistas,
e também líderes abolicionistas,
foram eminentes paulistas...
Em São Paulo sempre tramou-se a independência,
e tiveram paciência,
para esperar a hora certa...
Entre Santos e São Paulo, D. Pedro recebeu o recado fatal,
e proclamou a independência, afinal...
assim conta a História,
e São Paulo detém esta glória,
de ter sido aqui finalmente proclamada
a Independência tão sonhada...
Marcial Salaverry
(Êste poema foi escrito para o Dia da Independência, 7 de Setembro de 1952, pelo aluno do Grupo Escolar Arthur Guimarães, Marcial Armando Salaverry, aluno da Profª Rosina Pastore, encontrado entre algumas relíquias do passado...)
A VELHA SAMPA... AQUELA SÃO PAULO DA GAROA
Marcial Salaverry
São Paulo, sempre foi uma das grandes cidades do mundo, e sempre a maior do Brasil. Mas quem vê esta metrópole alucinada de hoje, e a conheceu em outras épocas, forçosamente sentirá a saudade batendo forte no peito.
Era outra vida... Tempo das serenatas... Aqueles
rapazes pretendiam conquistar suas eleitas, cantando sob suas sacadas, e as
donzelas, sempre suspirantes, assomavam às janelas, sorrindo enlevadas para seus
apaixonados. Eram lindos romances.
As crianças dessa época apenas sabiam brincar,
ignorando totalmente essas coisas de namoro. A infância vivia uma verdadeira
infância, sem queimar etapas. Existia algo chamado inocência. Apenas na entrada
da adolescência que começava a existir aquele namoro “de portão”, e assim, as
serenatas eram um meio para os rapazes demonstrarem seus sentimentos às jovens.
Hoje, bate uma saudade incrível desse romantismo gostoso. Piegas, porém, muito
gostoso.
Andava-se tranquilamente pela cidade. Era possível
brincar nas ruas. E existiam aqueles jogos de “uma na mula”, “dono da rua”,
jogava-se futebol nas calçadas, e com bolas de meia. Alguém sabe o que é uma
bola de meia?
Claro que havia indivíduos que viviam fora da lei.
Eram chamados malfeitores. Mas nem eles agiam com violência, principalmente com
essa violência gratuita que vemos nos dias de hoje. Até para isso havia uma
certa ética que eles respeitavam. Tivemos alguns nomes que marcaram época, como
Meneghetti, Sete Dedos, que entravam nas residências, roubavam e saiam, sem que
ninguém notasse sua presença. Tudo dentro da mais estrita “ética profissional”.
Sem qualquer tipo de violencia...
Não havia esse consumo desenfreado de drogas, essa
maldade que se encontra hoje, quando as pessoas de bem precisam viver
enclausuradas, com medo da violência das ruas. A rua era nossa, podia-se passear
e brincar à vontade. Em costume da época, vizinhos reuniam-se à porta de uma
das casas, colocavam cadeiras na calçada, e o papo avançava noite a fora... Não
havia a tal da televisão... Havia uma convivência saudável, e havia um enorme
respeito das crianças e jovens pelos mais velhos. Sua palavra era quase
lei.
São Paulo com seus bondes, com o charme fantástico
da Avenida Paulista, e seus palacetes, com que os “barões do café” ostentavam
sua opulência, sem que precisassem temer serem sequestrados. O que dizer então
da Avenida São João, e seus lindos cinemas, como Metro, Art Palácio, Paysandu,
programa obrigatório dos fins de semana. O Ponto Chic, e seu famoso “Bauru”...
Isso sem falar nas salas de espetáculo como Odeon, na Rua da Consolação, com as
Salas Azul, Verde e Vermelha. No carnaval, os bailes do Odeon eram o ponto alto
naquela bela Sampa. Na esquina com a Av. São Luiz, havia a Radio América, onde
nos fins de semana assistia-se a monumentais shows musicais. Por exemplo, os
Quitandinha Serenaders, um conjunto que arrasava... Não podemos esquecer de um
jovem que tocava bandolim genialmente, chamado Jacob do Bandolim... os Titulares
do Ritmo, que era um conjunto formado por cegos, e que a todos encantavam com
sua arte... Não podemos esquecer uma menina em começo de carreira que arrasava
corações juvenis, chamada Hebe Camargo. E um garoto que ela chamou de
“principezinho de olhos azuis”, ganhando um gostoso beijo nas
bochechas...
Nessa época, ainda havia a famosa garoa... Acho
que a poluição matou a garoa... E como era gostoso passear a noite, curtindo o
friozinho saudável dessa velha garoa... Av. São Luiz, Praça da Republica, Av
Ipiranga... Nos dias de jogo no Pacaembu, o charme era voltar a pé, para uma
paquera na Praça Buenos Ayres, um dos pontos mais lindos daquela São Paulo,
descer pela Av. Angélica até o Largo do Arouche, para ir patinar num rinque de
patinação, que era o ponto de encontro da rapaziada, sempre naquela tentativa
de um namorinho com as meninas que lá iam, sempre com seus pais. As meninas “de
família”, jamais saiam sozinhas...
Essa era a São Paulo daquela época... Não é para
sentir saudade? “São Paulo da garoa... São Paulo que terra
boa...”
Rememorando, ainda é possível pensar em ter UM LINDO DIA, como aqueles outrora vividos, e que jamais serão esquecidos...
Rememorando, ainda é possível pensar em ter UM LINDO DIA, como aqueles outrora vividos, e que jamais serão esquecidos...
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