A DISTANCIA NEM SEMPRE ATRAPALHA O AMOR
Marcial
Salaverry
Pode acontecer o fato de que, por diversas
circunstâncias da vida, aqueles que se amam estarem separados, e mesmo assim
o amor pode ser bem vivido, o que acontece desde tempos imemoriais, eis que a
distância nunca foi empecilho para que o amor se manifestasse, pois se o
sentimento é reciprocamente real, não existe mesmo a necessidade do contato
físico para que o amor se manifeste e permaneça, pois o verdadeiro amor é mais
espiritual do que físico.
O amor é um sentimento etéreo, não podemos
vê-lo, mas sim, senti-lo. Não se pode descrever como é o amor, mas podemos
descrever toda a complexidade de sentimentos que ele desencadeia. As revoluções
que ele provoca em nosso interior.
Li uma frase linda, de autoria de Luiz
Carlos Ijalbert, que diz o seguinte:
"Aquele que inventou a distância não
conhecia a dor da saudade.
A distância impede que eu te veja, mas não impede
que eu te ame."
Um desses sentimentos provocados pela ausência da
pessoa amada, se chama Saudade, e como essa tal de Saudade judia dos apaixonados
distantes.
O interessante é que a saudade provocada pela distância, chega a
ser um excelente teste, se não para cardíacos, mas para aferir a real força do
amor existente.
Se for um amor como o de Penélope por Ulisses por
exemplo, não há fator distância, nem fator tempo de ausência que poderá acabar
com ele, ou fazer com que perca sua força, diminua de intensidade, e muito
pelo contrário, quase sempre um afastamento dá mais força para esse amor, pois a
dificuldade para o contato físico, fará com que a parte espiritual do amor se
desenvolva mais e mais. E a força do amor está na alma, e é justamente ela
que comanda os sentimentos. O cérebro comanda a razão, mas a alma comanda o
coração, é a verdadeira responsável pela emoção do amor.
Assim sendo, tem
razão nosso amigo Luiz Carlos, ao dizer que a “distância não impede que eu
te ame...”. Poderá, muito pelo contrário, fazer com que ame mais
ainda...
Claro que o amor exige também o toque físico, o contato dos
corpos e é isso que dá vida ao amor, que faz com que ele fique cada vez mais
forte. A necessidade de ver e tocar na pessoa amada, faz com que a saudade doa
ainda mais quando a distância é inevitável. Nesse caso, há que se ter uma força
espiritual muito grande para que se possa sentir a presença do ausente, trazendo
aquela sensação de "juntos ainda que distantes", lembrada por outro
poeta...
Não estou fazendo apologia do amor etéreo, virtual. O que estou
querendo dizer é que a impossibilidade de um contato físico, por qualquer motivo
que seja, não vai determinar o fim do amor. Se duas pessoas se gostam de
verdade, e por uma razão qualquer não podem estar juntas, não vai ser essa
distância que determinará o fim desse amor, desde que se saiba administrar essa
falta de contato físico, suprindo-o com a força do pensamento. É uma medicação
paliativa, mas que funciona.
Sempre haverá o desejo de retomar o
convívio, de um reencontro, ou de um encontro. Afinal, o amor não é só
espírito, é matéria também, mas também é verdade que certas separações dão um
toque romântico para o amor, fazendo despertar mais ainda o desejo, e chegam a
ser benéficas. Sim, benéficas, porque com a separação evitam-se certos atritos,
certos desentendimentos provocados pela rotina do contato físico.
Tudo
depende da força desse amor. A distância sempre será um teste para aferir-se até
onde alguém ama alguém...
E com esse amor todo, desejo que tenham UM LINDO
DIA, mesmo que estejam "juntos ainda que distantes..."
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