Para aqueles que se amam verdadeiramente, e que conseguem superar o
tempo vivendo um amor completo, mantendo um relacionamento com base sólida,
cimentada em muito amor e carinho, sempre preocupa a possibilidade de uma
separação causada pela partida de um deles.
Como o remanescente sobreviverá ao trauma dessa separação inevitável, é
algo que somente o fato em si poderá determinar.
É preciso muita força de vontade para não se entregar ao desespero. É
preciso muita vontade de viver para superar esse trauma. Nem todos têm essa
força. Nem todos conseguem superar essa dor.
Para quem está de fora, é muito simples falar na vontade de Deus, e que
o destino quis assim.
Mas sua cabeça dá um nó. Seu coração parece querer pular fora do peito.
Sua alma chora noites seguidas.
Mas a vida continua, e é preciso começar a imaginar que quem partiu não
gostaria de ver seu parceiro entregar-se à dor. É preciso pensar que o amor não
morreu, e que em algum lugar poderá estar observando, e se entristecendo com
sua incapacidade de reagir.
Há que ir até o fundo da alma, a retirar aquele restinho de vida que lá
está, e faze-la aflorar.
E assim, continuar vivendo, e mesmo tentar refazer a vida ao lado de
outro amor, sem tentar considerar o novo amor como substituto do que partiu,
mas sim, como um novo amor, para começar uma nova vida.
É essa a Lei da Vida, a Lei de Deus.
Marcial Salaverry
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