FASCINANTE

23/02/2013


Quando chegamos ao limite de nossa tolerancia,
dizemos que é preciso "saber engolir sapos"...
Embora rãs sejam mais agradáveis ao paladar,
por vezes precisamos faze-lo, embora em
sentido figurado...
Osculos e amplexos,
Marcial
*****

CHEGANDO AO LIMITE DE NOSSA TOLERÂNCIA
Marcial Salaverry

Por vezes certas coisas que precisamos suportar, nos fazem chegar ao limite de nossa tolerancia, ao ponto de,
como se diz em jargão popular, sermos obrigados a "engolir sapos", o que certamente não é nada agradável.
Certo que existem muitas pessoas que são “especialistas” na desagradável arte de “engolir sapos”.  Alguém poderá dizer que as rãs são mais saborosas.  Até concordo, mas não estou dizendo engolir sapos no exato sentido da palavra, mesmo porque é exatamente pelo fato desse bichinho ter um aspecto tão repulsivo, e possivelmente ter um sabor extremamente desagradável, que se costuma dizer que vamos “engolir sapos”, quando, por razões diversas, somos obrigados a escutar coisas que não nos agradam, e nada podemos responder, seja por respeito, seja apenas por educação, e até por ter amor à vida... Dependendo das circuinstancias...

Obviamente essa atitude fere a sensibilidade de qualquer pessoa, pois não é nada simpático, termos que  contrariar nossa vontade que, por vezes é mandar quem está nos falando e, possivelmente o resto do mundo para lugares pouco recomendáveis, e por certas contingências da vida somos obrigados a concordar, e a ceder, abdicando de nossa vontade, em nome da chamada “boa educação”...
O perigo reside no fato de que tantas vezes, durante muito tempo, violentamos nossos próprios desejos, cedemos tanto às necessidades dos outros, que começamos a acumular mágoas em nosso interior, e um dia explodimos.  E, ao explodir, poderemos magoar pessoas que não chegam a ter tanta culpa por nossas frustrações, pois acabamos atingindo quem estiver por perto quando da explosão, e nem sempre são os verdadeiros causadores.  
Essas mágoas, muitas vezes vêm de longe, e vão se acumulando aos poucos, e ficando represadas.  Quando a barreira cede, a inundação varre tudo.
Em conversa com um médico amigo, um clínico geral muito bem conceituado, ouvi o seguinte:
As pessoas não devem engolir sapos, pois é uma das maiores causas de distúrbios gástricos (mesmo que não seja no sentido real da palavra...). E mesmo de stress.”
Entre um chopinho e outro, argumentei que nem sempre podemos deixar de saborear os batráquios em questão, pois nem sempre podemos dizer ao eventual interlocutor, o que realmente pensamos, seja por questões de educação, seja por interesse, seja por algum receio, seja por qualquer razão.  Foi então que ele falou a fórmula mágica. Vejam a simplicidade de sua explicação:
“O negócio, meu amigo, é começar a falar sozinho... Ao invés de simplesmente ficar remoendo no pensamento as coisas que gostaria de dizer, assim que ficar sozinho, desabafe, falando em voz alta, como se àquela pessoa, tudo o que lhe vier na cabeça.  Solte os bichos. Se for o caso esmurre o travesseiro, o banco do carro, o que tiver de macio ao alcance da mão. O que não se deve fazer é guardar as coisas dentro de si. Essa terapia poderá tirar o emprego de muitos psicólogos, mas se for bem feita, resolve muitos problemas, principalmente os gástricos. Já fiz essa experiência com diversos pacientes impacientes, e eles ficaram mais pacientes..."
É o tipo de tratamento que não custa nada e, como se costuma dizer, “se não mata, engorda...”
Como em nossa vida quase sempre nos vemos nessa desagradável contingência de incluir esse bichinho no cardápio, não custa nada aplicar a “terapia do berro”.  Após a “refeição”, no instante mesmo em que ficarmos sós,  é só se concentrar na pessoa que nos irritou, e, imaginando ter a soturna figura em nossa frente, dizermos tudo aquilo   que está entalado em nossa garganta, e não pudemos dizer-lhe ao vivo e a cores.  Mas falar mesmo, se for o caso, gritar em altos brados. Nada de sussurros românticos.  Gritar mesmo. Dizendo tudo que nos vier à cabeça, e acreditem, é uma excelente terapia para esses casos.
Apliquei essa terapía uma vez, e com muito sucesso. Foi quando no exercício de minhba profissão de vendedor, me aborreci muito com um comprador de uma rede de supermercados, e não pude dizer a ele o que pensava a respeito da honorabilidade da progenitora dele, para não prejudicar futuras transações. Comecei a dirigir o carro, e em altos brados dizia tudo o que estava na barriga do sapo em questão. Parei o carro no farol, e continuei xingando tudo que tinha direito. Parou um carro ao meu lado, e o motorista começou a olhar meio esquisito pra mim. Virei-me a desabafei com o0 infeliz: "Sou doido sim, algum problema?" O cidadão nem esperou o farol abrir, e arrancou em disparada... Aí sim, foi a glória. Comecei a rir desbragadamente e me desestressei completamente... E então, agradeci ao meu amigo amigo médico...
Tentem visualizar a cena
Assim fazendo, descarregamos as frustrações interiores. É um desabafo que não irá magoar ninguém. Podemos dizer tudo o que queremos, e não teremos reação nenhuma, como aconteceu acima..
Em apoio a essa terapia, é bom lembrar que no Japão algo semelhante é muito usado, pois nas grandes firmas japonesas, existe uma sala com um boneco representando o Diretor da firma, e os funcionários podem fechar-se nessa sala, e fazer o que querem com o boneco, menos destruí-lo, para não aumentar o prejuízo...
Bem, se por acaso tiverem algo a dizer em detrimento a quem sempre lhes deseja UM LINDO DIA,  podem fazê-lo, teclando o que quiserem, mas com o PC desligado...

 
Marcial Salaverry


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