Quando chegamos ao
limite de nossa tolerancia,
dizemos que é
preciso "saber engolir sapos"...
Embora rãs sejam
mais agradáveis ao paladar,
por vezes
precisamos faze-lo, embora em
sentido figurado...
Osculos e amplexos,
Marcial
*****
CHEGANDO
AO LIMITE DE NOSSA TOLERÂNCIA
Marcial
Salaverry
Por
vezes certas coisas que precisamos suportar, nos fazem chegar ao limite de
nossa tolerancia, ao ponto de,
como se
diz em jargão popular, sermos obrigados a "engolir sapos", o que
certamente não é nada agradável.
Certo
que existem muitas pessoas que são “especialistas” na desagradável arte de
“engolir sapos”. Alguém poderá dizer que as rãs são mais saborosas.
Até concordo, mas não estou dizendo engolir sapos no exato sentido da palavra,
mesmo porque é exatamente pelo fato desse bichinho ter um aspecto tão
repulsivo, e possivelmente ter um sabor extremamente desagradável, que se
costuma dizer que vamos “engolir sapos”, quando, por razões diversas, somos
obrigados a escutar coisas que não nos agradam, e nada podemos responder, seja
por respeito, seja apenas por educação, e até por ter amor à vida... Dependendo
das circuinstancias...
Obviamente essa atitude fere a sensibilidade de qualquer pessoa, pois não é nada simpático, termos que contrariar nossa vontade que, por vezes é mandar quem está nos falando e, possivelmente o resto do mundo para lugares pouco recomendáveis, e por certas contingências da vida somos obrigados a concordar, e a ceder, abdicando de nossa vontade, em nome da chamada “boa educação”...
O
perigo reside no fato de que tantas vezes, durante muito tempo, violentamos
nossos próprios desejos, cedemos tanto às necessidades dos outros, que
começamos a acumular mágoas em nosso interior, e um dia explodimos. E, ao
explodir, poderemos magoar pessoas que não chegam a ter tanta culpa por nossas
frustrações, pois acabamos atingindo quem estiver por perto quando da explosão,
e nem sempre são os verdadeiros causadores.
Essas
mágoas, muitas vezes vêm de longe, e vão se acumulando aos poucos, e ficando
represadas. Quando a barreira cede, a inundação varre tudo.
Em conversa com um médico amigo, um clínico geral muito bem conceituado, ouvi o seguinte:
“As pessoas não devem engolir sapos, pois é uma das maiores causas de distúrbios gástricos (mesmo que não seja no sentido real da palavra...). E mesmo de stress.”
Em conversa com um médico amigo, um clínico geral muito bem conceituado, ouvi o seguinte:
“As pessoas não devem engolir sapos, pois é uma das maiores causas de distúrbios gástricos (mesmo que não seja no sentido real da palavra...). E mesmo de stress.”
Entre
um chopinho e outro, argumentei que nem sempre podemos deixar de saborear os
batráquios em questão, pois nem sempre podemos dizer ao eventual interlocutor,
o que realmente pensamos, seja por questões de educação, seja por interesse,
seja por algum receio, seja por qualquer razão. Foi então que ele falou a
fórmula mágica. Vejam a simplicidade de sua explicação:
“O negócio, meu amigo, é começar a falar sozinho... Ao invés de
simplesmente ficar remoendo no pensamento as coisas que gostaria de dizer,
assim que ficar sozinho, desabafe, falando em voz alta, como se àquela pessoa,
tudo o que lhe vier na cabeça. Solte os bichos. Se for o caso esmurre o
travesseiro, o banco do carro, o que tiver de macio ao alcance da mão. O que
não se deve fazer é guardar as coisas dentro de si. Essa terapia poderá tirar o
emprego de muitos psicólogos, mas se for bem feita, resolve muitos problemas,
principalmente os gástricos. Já fiz essa experiência com diversos pacientes
impacientes, e eles ficaram mais pacientes..."
É o tipo de tratamento que não custa nada e, como se costuma dizer, “se não mata, engorda...”
Como em nossa vida quase sempre nos vemos nessa desagradável contingência de incluir esse bichinho no cardápio, não custa nada aplicar a “terapia do berro”. Após a “refeição”, no instante mesmo em que ficarmos sós, é só se concentrar na pessoa que nos irritou, e, imaginando ter a soturna figura em nossa frente, dizermos tudo aquilo que está entalado em nossa garganta, e não pudemos dizer-lhe ao vivo e a cores. Mas falar mesmo, se for o caso, gritar em altos brados. Nada de sussurros românticos. Gritar mesmo. Dizendo tudo que nos vier à cabeça, e acreditem, é uma excelente terapia para esses casos.
É o tipo de tratamento que não custa nada e, como se costuma dizer, “se não mata, engorda...”
Como em nossa vida quase sempre nos vemos nessa desagradável contingência de incluir esse bichinho no cardápio, não custa nada aplicar a “terapia do berro”. Após a “refeição”, no instante mesmo em que ficarmos sós, é só se concentrar na pessoa que nos irritou, e, imaginando ter a soturna figura em nossa frente, dizermos tudo aquilo que está entalado em nossa garganta, e não pudemos dizer-lhe ao vivo e a cores. Mas falar mesmo, se for o caso, gritar em altos brados. Nada de sussurros românticos. Gritar mesmo. Dizendo tudo que nos vier à cabeça, e acreditem, é uma excelente terapia para esses casos.
Apliquei
essa terapía uma vez, e com muito sucesso. Foi quando no exercício de minhba
profissão de vendedor, me aborreci muito com um comprador de uma rede de
supermercados, e não pude dizer a ele o que pensava a respeito da
honorabilidade da progenitora dele, para não prejudicar futuras transações.
Comecei a dirigir o carro, e em altos brados dizia tudo o que estava na barriga
do sapo em questão. Parei o carro no farol, e continuei xingando tudo que tinha
direito. Parou um carro ao meu lado, e o motorista começou a olhar meio
esquisito pra mim. Virei-me a desabafei com o0 infeliz: "Sou doido sim,
algum problema?" O cidadão nem esperou o farol abrir, e arrancou em
disparada... Aí sim, foi a glória. Comecei a rir desbragadamente e me
desestressei completamente... E então, agradeci ao meu amigo amigo médico...
Tentem
visualizar a cena
Assim fazendo, descarregamos as frustrações interiores. É um desabafo que não irá magoar ninguém. Podemos dizer tudo o que queremos, e não teremos reação nenhuma, como aconteceu acima..
Assim fazendo, descarregamos as frustrações interiores. É um desabafo que não irá magoar ninguém. Podemos dizer tudo o que queremos, e não teremos reação nenhuma, como aconteceu acima..
Em apoio a essa terapia, é bom lembrar que no
Japão algo semelhante é muito usado, pois nas grandes firmas japonesas, existe
uma sala com um boneco representando o Diretor da firma, e os funcionários
podem fechar-se nessa sala, e fazer o que querem com o boneco, menos
destruí-lo, para não aumentar o prejuízo...
Bem, se por acaso tiverem algo a dizer em detrimento a quem sempre lhes deseja UM LINDO DIA, podem fazê-lo, teclando o que quiserem, mas com o PC desligado...
Bem, se por acaso tiverem algo a dizer em detrimento a quem sempre lhes deseja UM LINDO DIA, podem fazê-lo, teclando o que quiserem, mas com o PC desligado...
Marcial Salaverry
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