Viver um
relacionamento sempre exigirá certos cuidados
para não ferir
melindres com atitudes inadequadas...
Jamais podemos
esquecer de que "seu espaço termina onde começa o meu,
e o meu, onde
começa o seu".
São limites que
devem ser observados para o bem da convivencia.
Osculos e amplexos,
Marcial
*****
Existem certas atitudes
que tomamos que podem incomodar e magoar a outrem, eis que é muito caprichosa a
natureza humana, e sempre será muito difícil poder dizer que conhecemos alguém
a fundo, a ponto de saber exatamente o que podemos dizer ou fazer.
Na verdade, pode-se dizer
que conhecemos determinada pessoa, até onde ela permite que a conheçamos, mas
dificilmente alguém abre sua alma a ponto de “mostrar-se” por inteiro,
dificultando um perfeito conhecimento de seu interior.
É esse o principal ponto
que pode atrapalhar muitos relacionamentos, pois essa “ocultação” do interior,
poderá nos levar a melindrar quem estiver conosco, ainda que não seja esse nosso
desejo.
Ainda que o façamos
involuntariamente, sempre ficará alguma mágoa, algo que pode provocar uma “bola
de neve”, desencadeando certos desentendimentos que poderiam ser evitados, se
houvesse um diálogo franco, honesto e esclarecedor, para deixar claro até que
ponto se pode chegar sem ferir melindres.
Algumas vezes, por não
querermos melindrar a parceria, poderemos magoá-la justamente por esse cuidado,
por mais paradoxal que possa parecer tal situação. Tentando ser agradável,
magoamos. E agora, fazer o que? É realmente muito complexa a natureza humana.
Apenas um conhecimento
profundo pode permitir uma parceria feliz. Mas para que tal ocorra, torna-se
necessário que haja aquele diálogo de abertura, em que ambos poderão colocar
cartas na mesa, deixando claro até que ponto se pode chegar, sem causar
melindres, sem provocar ressentimentos, e isso é muito dificil de acontecer,
justamente por causa dos limites que cada um apresenta em sua maneira de ver a
vida.
Por outro lado, também
nós jamais nos mostraremos por inteiro à nossa parceria, estando igualmente
sujeitos a receber um tratamento nem sempre condizente ao que desejaríamos, e
assim, muitos relacionamentos, pessoais ou comerciais sofrem abalos ou mesmo
terminam por causa desse pormenor. Por não haver um bom acerto de contas
inicial.
Problemas sempre
existirão, mas os efeitos poderão ser minimizados se houver pelo menos
compreensão de parte a parte. Temos que entender que é muito difícil encontrar
alguém com o mesmo temperamento, que pense igualzinho, que seja nosso clone.
Portanto, precisaremos saber aparar arestas, procurando amoldar-nos à
personalidade de nossa parceria, aceitando-a, para que sejamos aceitos. É
importante frizar que esse entendimento não pode ser unilateral, ou seja, não é
lícito esperar que apenas uma parte ceda.
Tem que haver reciprocidade na coisa toda.
Ambos precisam se
aceitar. Ambos precisam ceder em alguma coisa, modificando algo em sua
personalidade, para que a máquina engrene e rode suavemente. Estando ambos
imbuídos desse espírito de solidariedade, será bem mais fácil aparar arestas
que surgirem pela vida afora (sempre haverá alguma peninha flutuante...),
permitindo assim que o relacionamento seja feliz e duradouro.
Com bom entendimento
quaisquer dificuldades poderão ser superadas. Mas se uma das partes insistir em
levar tudo a ferro e fogo, querendo sempre fazer prevalecer sua maneira de
pensar, fatalmente a coisa não chegará a bom termo. Uma hora a paciência poderá
explodir, e será o fim de tudo.
É por fatores assim, que
muitas vezes vemos parcerias (profissionais ou amorosas), que poderiam ser
muito boas, simplesmente se esboroarem, terminando com algo que parecia
promissor.
Sempre provocando aquele
comentário: “Que pena... Parecia que se entendiam tão bem...” E o entendimento
poderia mesmo ter sido perfeito, mas por incompreensão, o que poderia ser
apenas uma pequena rusga, vira um cavalo de batalha. Pode-se dizer coisas
irremediáveis no calor de uma discussão, e como resultado fim de tudo.
E teria sido tão fácil
evitar. Bastaria uma pouco de mais de compreensão, pensar antes de se dizer
algo definitivo, e um fim de relacionamento teria sido evitado. Pensar antes de
falar. Procurar saber até onde se pode chegar naquilo que se fala. Evitar ferir
melindres, levando a situações que magoem.
É isso aí. Dialogar antes
de discutir. Pensar antes de falar. Saber explicar. E principalmente, não
magoar. Nada ganhamos ferindo melindres. Saber ouvir as explicações, mesmo que
não as queiramos aceitar. Todo fato tem duas versões, e nem sempre a nossa é a
exata. Vamos aprender a ouvir o outro lado. Erraremos menos agindo assim,
estejam certos...
E sempre será mais fácil ter-se UM LINDO DIA.
Marcial Salaverry
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