Será o romantismo um
artigo em extinção?
Assim sendo, vamos
providenciar seu tombamento...
Osculos e amplexos,
Marcial
É fácil perceber que o romantismo já começa a ser
um artigo em extinção, e é preciso algo fazer por sua sobrevivencia, pois com
certeza absoluta a durabilidade de um relacionamento está diretamente ligada ao
espírito romântico dos parceiros.
É necessário que ao longo da vida, ambos saibam
manter esse clima de sedução que existe quando do início de qualquer
relacionamento, quando ambos procuram caprichar no visual, ambos procuram
simplesmente seduzir o objeto de seu amor, e por incrível que possa parecer,
uma coisa que muitas vezes determina o fim do clima romântico entre um casal, é
o casamento, que na verdade é o que poderia e deveria aumentar o clima
romântico entre o casal, mas muitas vezes é o responsável por seu
desaparecimento. Pode parecer ilógico, mas é o que ocorre. Então perguntamos
por que será que isso acontece, pois é algo que foge um pouco à compreensão.
No início, existe aquele clima de sedução, para
efetuar a conquista, que uma vez efetuada, causa um relaxamento natural. Ela
acha que já não precisa mais se enfeitar tanto, caprichar no visual, e por
vezes esquece até aquele perfume francês que ele tanto gostava de cheirar no
pescoço, e que iniciava tantos momentos de amor. Por sua vez, ele já acha que
não precisa mais levar flores, nem aquele presentinho de surpresa. Pra que? Ela
já está conquistada, e agora é só vai da valsa. Ainda tem o chopinho com os
amigos, e não sei porque, que raiva ela tem disso, mas por seu lado ela não
dispensa o bingo com as amigas. E assim, a coisa vai coisa vai ficando chata...
Aquele romance tão gostoso no motel... Agora é
bobagem gastar dinheiro com isso, e até mesmo aquele jantar a luz de velas,
aquela comidinha especial, nem pensar, não vale a pena perder tempo, pra que
fazer um prato especial, se o arroz com feijão quebra o galho.
Mais tarde, então, começam a surgir os filhos, que
por vezes representam um tremendo contratempo. "Não temos tempo nem para aquele sexo tranquilo e descontraído, pois no
melhor da festa, aquela coisinha começa a chorar...".
Ele chega do trabalho, e a encontra toda
descabelada, irritada com os problemas do cotidiano, e ele por sua vez, vem
irritado com seu chefe, com problemas de seu serviço. E esse transito infernal
então...
Existe clima para romantismo? Pode existir
romantismo nessas condições? Se encararmos friamente a questão, é impossível.
Mas alguma coisa está corroendo essa união, que era tão perfeita, tão linda,
tão romântica.
Cadê aquele poeminha declamado no ouvido? Cadê
aquele chamego enquanto rolava o filme na TV?
Contudo, desse caos sempre poderá se criar alguma
coisa, sendo claro que terá que ser mútuo. Ambos deverão se lembrar de como era
gostoso e aconchegante antes.
Ela está atarefada e azucrinada, mas sabendo a que
horas o marido vai chegar, sempre poderá dar, quando não, uma ajeitadinha no
cabelo, uma maquiagem leve, enfim, ser um pouco sedutora. Afinal, o parceiro já
foi conquistado, mas a conquista precisa ser mantida. Principalmente, quando
chega em casa. Qualquer um gosta de encontrar um ambiente melhor do que o do
serviço, mais desanuviado, e não carregado e cheio de reclamações, que poderão
ser apresentadas com um “jeitinho” especial..
Por outro lado, ele deverá deixar na porta (do lado
de fora), as preocupações de serviço, os problemas do transito, aquela
discussão com aquele guarda chato, enfim, todos aqueles pepinos de praxe. Ao
invés de levar para dentro de casa esse pacote indigesto, por que não levar um
vaso de flores, ou ramo de rosas, como fazia antigamente? Ela passou de
namorada para esposa, mas ainda gosta dessas coisinhas, e sente falta. E como
ajuda a clarear o ambiente...
Claro que essas atenções não devem ser unilaterais.
AMBOS devem encarar a coisa dessa maneira. É muito mais difícil e complicada a
manutenção da conquista, do que faze-la.
Quando um dos parceiros notar que o outro está
"pisando na bola", ao invés de agredir, dizendo que antes era assim,
e agora é assado, deve chamá-lo para uma boa conversa, bem calma e tranquila,
sem brigas e nem agressões, apenas expondo como a coisa está, e como gostaria
que fosse.
Diálogo, crianças, é a melhor arma para combater o
vírus da indiferença que infecta grande parte dos casamentos de hoje. Diálogo,
e respeito mútuo. Nunca me canso de repetir um velho chavão, que ainda funciona
e bem: "meu direito termina onde começa o seu,
e vice versa."
Essa é uma das melhores maneiras de fazer com que
um relacionamento seja duradouro, e que os parceiros sejam "Eternos
Namorados"...
E é preciso tão pouco... Carinho, atenção,
ROMANTISMO.
E claro, tendo UM LINDO
DIA...
"À luz
de velas... jantar,
À luz de
velas... namorar...
À luz de
velas... AMAR"
Marcial Salaverry
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