Dia dos
Namorados... Sem dúvida um belo dia
para se
resgatar o velho e decrépito romantismo...
Osculos
e amplexos,
Marcial
*****
Simplesmente descobrimos que está chegando o Dia dos Namorados, então pelo menos nesta época, sejamos românticos, como antigamente, com aquelas pequenas gentilezas, como beijar a mão de quem amamos, dar-lhe a precedência... E principalmente. saber amar e respeitar quem amamos...
Como dizem que "Recordar é viver", certamente podemos relembrar uma época que já está quase em total ostracismo. Uma época em que se sabia viver com romantismo, que era realmente levada a sério essa questão de viver romanticamente, e levar a sério o amor...
Os homens sabiam ser
românticos, procuravam dar aquela atenção às mulheres, tratando-as como
autênticos bibelôs. Chegavam a façanhas heróicas em defesa de suas amadas, e
elas, por sua vez, limitavam-se a aceitar o que se poderia chamar de
"jugo" masculino, e eram exclusivamente mulheres dedicadas ao lar,
aos seus homens, e a embelezar o mundo.
Faziam-se serenatas para
suas eleitas. Os homens as colocavam como que em redomas, para serem admiradas,
mas não tocadas. Seriam tocadas apenas pelos seus homens (pelo menos a idéia
era essa). Eram outros tempos. E sob esse ponto de vista, as coisas se
modificaram por demais, e com mudanças radicais.
Nos dias atuais, não há mais lugar para esse romantismo. O progresso tecnológico exige cada vez mais praticidade tanto de homens como de mulheres, e a fantasia romântica cada vez fica mais esquecida. Apenas alguns poucos românticos sobrevivem. São almas teimosas que se recusam a modernizar-se, pois, para acompanhar o ritmo de vida atual, em que a urgência de tudo fazer nos impede de viver, é algo totalmente fora de propósito sequer falar-se nisso.
Em parte a culpa do fim
(ou quase) do romantismo, coube às próprias mulheres que se empenharam de tal
maneira em "igualar-se" aos homens, que deixaram de lado a própria
feminilidade, e deixaram de ser as "madames" e as
"cortesãs", e começaram a exigir um novo lugar na Sociedade,
reivindicando lugares e posições antes exclusivamente masculinas. Nada
mais justo, já que vinham provando sua competência e mostrando estar
perfeitamente aptas para ocupar quaisquer cargos.
Com isso, para poder vencer a resistência masculina, começaram a usar armas masculinas, mostrando que sabiam ser fortes e decididas, saindo a campo e exercendo funções que exigem força e resistência física. Por que não? Nem por isso se masculinizaram, continuaram femininas. Apenas tinham que tomar certas atitudes para poder se impor em suas funções que começaram a ferir a suscetibilidade masculina, sempre exacerbada, e então, em represália, os homens começaram a tratá-las como iguais, esquecendo que, acima de tudo, sempre existiu e existirá uma "alma feminina". E esta, nunca poderá se esquecer de que é MULHER.
Por mais forte e decidida
que uma mulher seja, sua alma, felizmente, continua a ser feminina, sendo
sempre sensível e carente de certas atenções que, de repente os homens, em sua
maioria, começaram a deixar de lhes dedicar.
Nota-se ainda hoje uma
certa "Guerra dos Sexos", onde homens e mulheres tentam provar quem é
melhor, mais inteligente, mais forte, mais sabido, mais capaz sexualmente,
enfim, mais "qualquer coisa" que seja, apenas "vencer" a
guerra, e com isto, o pobre Romantismo vai sendo cada vez maios desprezado, o
que nos faz chegar à conclusão de que precisa ser firmado um "Tratado de
Paz", para se resgatar o romantismo...
Vamos nos esquecer de tentar provar "quem é o melhor", para aceitar a idéia de que cada um é cada um, e cada uma é cada uma. A competência para qualquer função não depende do sexo, mas sim da capacidade individual de cada pessoa, seja homem ou mulher, no desempenho de tal ou qual função, e de toda e qualquer função.
Ainda mais agora, quando
as mulheres deixaram de ser os "bibelôs", quebraram suas redomas, e
estão lindas, leves e soltas, podendo exercer ativamente esse lado romântico,
ao invés de apenas esperar, suspirantes, que seus eleitos lhes dispensassem
atenção, e podem se dedicar inclusive à escolha de seus eleitos, o que
antigamente era privilégio masculino a arte da conquista.
As condições da vida
moderna, pelo menos nas grandes cidades impede as lindas serenatas de
antigamente, mas nada impede de se tratar uma mulher com gentileza, cedendo-lhe
passagem, oferecendo-lhes flores (qual mulher não gosta de ganhar um ramo de
flores, ou mesmo uma rosa que seja), oferecendo-lhes uma poesia (se souber
compor, tanto melhor...), dando-lhes a atenção devida, nunca esquecendo de que
sua feminilidade sempre fará parte de sua natureza.
Às mulheres, apenas que
aceitem essas sutilezas românticas, que saibam também ser românticas.
Dentro da agitação da vida moderna, sempre haverá lugar para um romântico de
plantão.
Bem, comecei a falar de
romantismo, e me entusiasmei, e assim lhes desejo UM ROMÂNTICO DIA
Marcial Salaverry
Belo texto para reflexão! Parabéns!
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