Saber conviver com alguem é o desejo de quase todos, e para falarmos em
convivência, sempre temos que ter presente que, como o próprio nome indica, é
uma vivência com mais alguém. Vamos tentar entender como pode ser prazerosa, ou
não, a convivência com aquela pessoa que poderá estar conosco por toda uma
vida, ou não, sempre dependendo da maneira como encararmos o sentido de vida em
comum.
Existe o conhecimento, existe a atração inicial. Começa o namoro,
que é
uma fase linda e gostosa, sempre quer-se agradar, e é geralmente quando os desejos são ordens. Encontros são
marcados. Ele sempre se apresenta arrumado, ela também se enfeita, se prepara
para os encontros. Ninguém quer
decepcionar ninguém. É a “mulher dos meus sonhos”. É o “homem de minha vida”. Sempre nos amaremos. Sempre procuramos
agradar nossa parceria, muitas vezes modificando hábitos que temos arraigados,
apenas para não causar decepções.
Sempre procurando agradar-se mutuamente.
Um casal perfeito. “Como eles se entendem bem”... É o consenso geral. Assim é todo inicio de relacionamento,
onde dificilmente existe aquele diálogo franco e honesto, onde muitas dúvidas
que posteriormente surgirão, poderiam ser dirimidas. E como podem ser daninhas.
Passo seguinte, casamento. Festa. Lua de Mel. Primeiros tempos, sempre aquele mar de rosas,
continuação do namoro, dos desejos satisfeitos, das vontades solicitadas, dos
dengos, dos carinhos. Mas já aqui começam a aparecer as primeiras divergências,
quando certas vontades já começam a ser quase que impostas, enfim, as primeiras
arestas a serem aparadas, e é aí que os problemas podem aparecer,
começando o amor a provar-se e a provar a que veio. Nessa fase, é que se torna necessária uma boa
conversa, para trocar opiniões, para analisar certas divergências de
pensamento, antes que elas se desenvolvam.
Aliás, desde o início é necessário que se conheçam as respectivas
personalidades. Seria a coisa certa a ser feita, ao invés de só procurar
agradar um ao outro. Um diálogo franco e
honesto deve ser mantido desde que se decide pelo namoro. Devemos sempre nos
dar a conhecer, e conhecer nossa parceria.
Assim, certas idiossincrasias poderão ser resolvidas, aparando-se
arestas desde o início, pois depois é que
começa a fase mais importante, que é a
convivência. Aquele famoso dia a dia. É justamente nessa fase crítica,
que a união ou se solidifica ou se esboroa, pois essa é a fase das descobertas
da real personalidade de cada um, coisa que só a convivência traz, e é quando
se pode descobrir se ambos se amam realmente, ou se simplesmente se gostavam,
ou se apenas se sentiram atraídos fisicamente.
Se existe realmente aquela
afinidade necessária para uma vida em comum, ou se houve apenas uma atração
física inicial. Aquela famosa questão de pele, que faz surgir o desejo de um
contato mais íntimo.
Devem, através do diálogo, aprender a se conhecer e a se respeitar. O
espaço de cada um deve ser sempre respeitado.
Existem limites que não devem ser ultrapassados. Se houver Amor mesmo, tudo será superado e
acertado, permitindo uma convivência longa e feliz. Vejam que pensamento feliz
que minha querida L'Inconnue (é a irmã do L'Inconnu) nos trouxe hoje:
"É fácil trocar palavras, difícil é interpretar os silêncios... É
fácil caminhar lado a lado, difícil é saber como se encontrar... É fácil beijar
o rosto, difícil é chegar ao coração...É fácil apertar as mãos, difícil é reter
o seu calor... É fácil sentir o amor, difícil é conter a sua torrente!"
Aí está o verdadeiro segredo da convivência. Tem-se não somente que interpretar as
palavras que são trocadas, mas também saber "escutar" os
silêncios. Muitas coisas são ditas
quando não são faladas. Esse silêncios devem ser interpretados e conversados,
pois o calar-se nem sempre é consentir. Muitas vezes quando alguém se cala pode
ser sinal de uma divergência séria que poderá atrapalhar o relacionamento. Para
isso é importante sempre haver um diálogo franco, honesto e aberto.
Caminhar ao lado de alguém é uma coisa... Saber encontrar sua alma é
outra. Precisamos sempre conhecer bem a alma de nossa parceria, para que seja
uma real parceria, e não apenas uma dupla. Esse é outro segredo da convivência.
Procurar conhecer bem a alma um do outro. Para saber até onde vão os limites de
cada um.
Mas sempre é necessário que haja sinceridade no relacionamento. Surpresas desagradáveis sempre devem ser
evitadas. Ninguém deve usar de artifícios, pois as mentiras mais cedo ou mais
tarde serão descobertas, e ninguém gosta de ver que foi iludido em sua boa fé.
Apresentem-se como são. Mostrem sempre
sua real personalidade.
Como eu quero bem a todos, sinceramente, desejo que tenham UM LINDO DIA.
Marcial Salaverry
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