Nem todos os problemas
do coração podem ser resolvidos
pelo cardiologista, pois
alguns são provocados por um
moleque abusado chamado
CUPIDO...
Ósculos e amplexos,
Marcial
*****
Quando
alguém diz estar com problemas no coração, recomendamos consultar um
cardiologista. Contudo, nem sempre é esse o especialista indicado. São casos um
pouco mais específicos, envolvendo sentimentos, e nesse caso, um cardiologista
certamente não vai resolver, e poderá até complicar...
Por vezes é
aquele tipo de "mal do coração" que não é físico. É interno, quando
um coração é maltratado por um amor não correspondido, ou quando é vitimado por
algum desgosto muito grande. Doença por vezes grave, que afeta a chamada
"vontade de viver" do paciente. São coisas que acontecem, deixando os
pacientes sempre muito impacientes.
Quem poderia
ser consultado para esse tipo de doença? Costuma-se localizá-la no coração,
pois é lá que muitas vezes sente-se doer. Só que ele depende de comandos do
cérebro. E esse então, é muito menos conhecido do que o coração. A ciência
ainda não chegou a desvendar 10% do potencial do cérebro. Daí tantas surpresas
nesse sentido, que geralmente são de solução complicada, pregando peças como
essa, que nos levam a situações que nos parecem autenticos "becos sem
saída".
A única
maneira que conheço de enfrentar, vencer e sobreviver a esse tipo de situação,
vem de uma frase de meu velho amigo L'Inconnu, que chegou de férias:
"Há
duas coisas certas: o nascimento e a morte. O que importa é desfrutar o
intervalo."
O que é
interessante fazer será tratar de desfrutar o intervalo, procurando viver o dia
de hoje plenamente, feliz, despreocupado, alegre, em paz, e assim, diante dessa
constatação indiscutível, percebo que esse intervalo é que determina o prazo de
cada um. O bom é que não sabemos qual será o nosso prazo, até quando poderemos
aproveitá-lo.
Por vezes
entra-se numa fase de grande depressão, e para dela sair, é preciso entender
que o mais sábio será viver todos os nossos dias com a consciência de que pode
ser o último, e sendo assim, tudo passa a ter um valor relativo, eis que a
consciência de que tudo terá um fim, pode fazer entender que até os nossos
sofrimentos deixam de ter a mesma importância. Quantas palavras não ditas,
quantas atitudes postergadas, quantos sonhos poderão não ter oportunidade de se
concretizar porque deixamos para depois.
Na verdade o
importante é vivermos o presente, procurando colocar ordem nos pensamentos,
deixando de lado dores passadas. Se são dores, se nos provocam traumas, se
deixaram mágoas, de que nos vale recordá-las? O melhor será olvidá-las, e
continuar a vida dentro de um ritmo o mais normal e rotineiro possível,
ajudando assim, que o tempo nos ajude a deletá-las totalmente de nossa memória.
Poderão
argumentar que não é fácil esquecer certas passagens da vida que deixaram
marcas profundas, e realmente não é, uma vez que se fosse fácil, a vida não
teria graça. Temos justamente é que aprender a vencer as vicissitudes da vida,
a superar as dificuldades, pois a vida continua. Temos que tornar agradável
para nós o espaço de tempo entre o nascimento e a morte.
Imponderáveis
são essas duas extremidades. A maneira como vivermos, vai depender de nossa
vontade. Sabendo evitar vícios perigosos (e também os nem tanto), e aprendendo
a comandar nossas idéias, conseguiremos desfrutar os bons momentos que a vida
nos propicia.
Maus
momentos, sofrimentos, amores perdidos, desgostos sofridos que fazem parte do
passado, devem ser deletados, e substituídos por bons momentos que podemos ter
no presente e talvez no futuro, que também não deve ser objeto de muita
preocupação, pois talvez não tenhamos tempo de vivê-lo. E estaremos perdendo
nosso presente, que é o maior presente que o Amigão nos oferece...
O que não
vale a pena mesmo, é atrapalhar o momento atual devido mazelas do passado,
ainda mais se houve sofrimento, se houve dor, e esse é um motivo a mais para
ser esquecido. Remoer sofrimentos é masoquismo. Se um amor foi perdido, é
porque não o tivemos. Amores não se perdem. Se ele se foi, é porque não era
Amor. Então deve ser esquecido.
Esquecer
pode não ser fácil, mas é possível. Só depende de realmente queremos viver o presente,
e aprendermos a governar o pedacinho do cérebro que cuida da pasta
"memória". Então vamos ter UM LINDO DIA,
aproveitando o presente que é o presente que estamos recebendo de presente...
Marcial
Salaverry
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