Para quem não sabe, a Familia é um artigo em
extinção...
Antigamente consistia numa reunião de
pessoas
pertencentes a uma mesma clã.
Geralmente morando juntos, naqueles casarões
d'antanho...
Osculos e amplexos,
Marcial
******
Para pessoas que
respeitam tradições, e que ainda tem vínculos com o passado, é dificil
aceitar esta triste realidade, mas o amor familiar vem caindo em desuso, e se
pode culpar o progresso, o modernismo, a redução dos espaços, e sabe-se lá mais
o que, mas é um fato tristemente constatado...
Antigamente havia um
culto às famílias. Morava-se em amplos casarões. As refeições sempre eram
feitas em alegres reuniões familiares. As grandes datas sempre eram comemoradas
com todos reunidos. Eram outros tempos. Quando
acontece de haver uma familia que faça alguma dessas reuniões, com a
participação de muitas pessoas pertencentes à mesma clã, até vira
noticiário para televisão...
Contudo, por exigências
da vida moderna, houve uma certa desagregação nas famílias. Cada qual vai em busca de sua vida. Antigamente os filhos
iam casando, e morando na mesma casa.
Atualmente, o que impera é o “quem casa, quer casa”. E de uma maneira ou de outra, vão se rompendo
os laços familiares, e constituindo-se sempre novas famílias, sempre formando
novos núcleos, por vezes cortando vínculos, por razões as mais diversas, que
nem vale a pena enumerar, pois penso que todas as famílias tem histórias de
rusgas entre sogros, sogras, genros e noras, algo que já faz parte até do
anedotário, e isso sem falar nas sempre brigas entre irmãos, colaborando mais
ainda para o "desmanche familiar..."
Mas, o que mais se nota é
que além dessa separação física quase natural, o que ocorre também é uma grande
falta de comunicação, pois além de viverem separados, também pouco se falam, pois
são cada vez menos frequentes as reuniões familiares. Escasseiam as conversas,
e por que?
Pode parecer estranho,
mas o que vem ocorrendo, é uma total falta de comunicação entre as pessoas,
apesar da Internet, das ondas do rádio, dos programas de televisão, do celular
barato, ou talvez justamente por isso tudo, a falta de comunicação pessoal é
enorme. Usam-se as máquinas, usa-se a tecnologia, esquecendo-se do contato
pessoal. E assim, filhos ficam anos sem ver seus pais, e o contato familiar
fica cada vez mais raro.
Ao invés de uma visita,
passa-se um e-mail, telefona-se, e pronto. Está cumprida a obrigação.
A vida familiar também
fica seriamente prejudicada, pois está cada mais frio e distante o diálogo
entre pais e filhos, tudo fica para depois. É preciso apenas suprir os meios
para subsistência.
Pensa-se na matéria,
esquecendo-se da alma. Pensa-se na
propriedade, e não no amor.
A principal preocupação
são os bens materiais, em tudo aquilo que o dinheiro pode comprar.
E nessa preocupação,
sempre procuramos manter os filhos ocupados com alguma coisa, para que eles
“não possam reclamar” de não merecer a devida atenção. Ao invés da prática do amor familiar,
tome a escola particular, os cursos de
línguas, de informática, balé, jazz, as academias para cuidar do físico. Assim, dá-se tudo para os filhos, e para nós
mesmos. Tudo? E onde fica o convívio
familiar, o amor, o carinho, o diálogo, onde poderemos passar para nossos
filhos aquilo que já vivemos, ao menos para que eles tenham parâmetros. O convívio familiar, pode evitar o convívio
com o traficante, com amizades perniciosas, onde, apenas por falta de
orientação eles possam buscar o calor de uma amizade.
A nova forma de amor que
foi descoberta, é a de cercar as pessoas
que amamos de bens materiais, como se isso pudesse suprir aquele amor que
deveríamos estar praticando, e do qual jamais deveremos fugir.
Uma reunião para um bate
papo amistoso é fundamental, para que os filhos possam sentir que estão tendo
atenção e carinho de seus pais, para que eles possam perceber que seus pais não
são apenas aqueles que os sustentam, pagam suas contas, e tem a “obrigação” de
lhes dar tudo. Mas sim, são aqueles que
por amor também os castigam, também os fazem sentir que tem obrigações para com
a vida, e para com eles, pais. É tudo uma troca, deve haver uma reciprocidade
de sentimentos. O amor deve ser doado e
recebido. Assim como o reconhecimento pelo que se faz, e o carinho, algo que
jamais deve faltar.
Muitas vezes, em uma
palmada, em um castigo, existe mais amor do que na condescendência para tudo
que os filhos fazem.
Pais e filhos precisam
entender que o diálogo é a base de tudo. É o que pode manter o amor familiar, e
para que isso seja possível, é necessária uma boa dose de compreensão, e de
saber viver.
Vamos começar tendo UM LINDO DIA PARA UM LINDO FUTURO.
Marcial
Salaverry
Nenhum comentário:
Postar um comentário