Desde tempos
imemoriais, o progresso
sempre foi
combatido por mentes que
se recusavam a
aceitá-lo...
E mesmo assim, o
mundo continuou...
Osculos e
amplexos,
Marcial
Desde tempos imemoriais, a cada
experimento novo, a cada nova invenção, sempre se erguia um certo clamor popular
contra “essas novidades que só vão nos causar dor de cabeça”. Vamos analisar o
que se teria passado muitos e muitos nos atrás com um certo Antonio, filho de
Luiz e Silvia.
Imaginem que quando garoto espantou-se
ao ver o som saindo de dentro de uma caixinha. Havia vozes lá. Como poderiam as
pessoas caber lá dentro? Veio a saber que o som vinha por certas ondas que
haviam no espaço. Feliz da vida foi levar a novidade a seus pais, que o
proibiram de sequer chegar perto “dessa coisa do demo”, ele
bem que tentou
explicar a seus pais que não era nada disso, que era o progresso, e que com o
rádio (assim se chamava a “coisa”), poderiam ouvir notícias de povos
distantes.
Mas não teve jeito, seus pais não
entenderam e não quiseram aceitar semelhante absurdo. Só poderia ser coisa do
demo, fechar as pessoas naquela caixinha, imagine se os pegassem
também?
Antonio ficou revoltado com a
ignorância de seus pais, que não aceitaram o progresso, e se recusaram a sequer
tentar entender o que era aquilo.
Passou-se o tempo, as coisas
evoluíram.
Antonio cresceu, casou-se, teve
filhos. Um deles, recebeu o nome de Gabriel, e uma bela tarde, Gabriel, fascinado, viu
na casa de um seu amigo uma caixa grande com pessoas lá dentro, falando,
dançando, cantando. Ficou curioso, quis saber o que era aquilo. Explicaram que era a Televisão. Que as
pessoas estavam longe, sendo filmadas com câmeras especiais, e que as imagens
chegavam até lá. E era possível ver
coisas que se passavam longe. Poderiam ver os artistas, de quem só conheciam as
vozes.
Feliz da vida correu para casa, para
levar a novidade para Antonio. Este, por
sempre ter sido bitolado, esqueceu-se do que ocorrera com seus pais e o rádio, e
ficou horrorizado com a novidade... Onde já se viu, colocarem as pessoas naquela
caixa? E se pegassem a gente? Em vão
Gabriel tentou explicar a evolução da transmissão de som e imagens. Seus pais
simplesmente fecharam os olhos e os ouvidos aos seus argumentos e nunca
poderiam admitir a entrada daquela
“máquina do Demo” em seu lar... E assim,
a história se repetiu...
Gabriel cresceu, sempre bitolado por
aquelas idéias que lhe foram impostas por seus pais, casou, teve filhos. Um deles recebeu o nome de Antonio, em
homenagem a seu pai.
Bem, Antonio foi estudar na casa de um
colega, e foi apresentado ao computador...
E está ainda tentando convencer
Gabriel de que o computador não é nenhuma máquina do demo e que realmente é
possível comunicar-se em poucos segundos com países longínquos, e tudo aquilo
que nós sabemos, mas que Gabriel, que viveu fechado em seu mundinho particular,
sempre bitolado pelas idéias que lhe foram incutidas por seus pais, nunca se
abriu para o progresso, pois nunca estudou para acompanhar a evolução que vinha
acontecendo.
É isso o que acontece com as pessoas
que se fecham em suas idéias, e que não acompanham o que vai ocorrendo no
mundo. As descobertas e a evolução da
tecnologia e da ciência caminham a passos rápidos. E todo aquele que não
estudar, que não acompanhar a evolução das coisas, ficará como essa nossa
hipotética família, perdida em suas idéias retrógradas, recusando-se a aceitar o
progresso e os benefícios que ele nos traz.
Pensem nisso. É necessário sempre
estar atento a tudo o que se passa no mundo. A cada instante novas descobertas
são feitas. E o que hoje é uma tremenda
novidade, amanhã será sucata. Como
sucateadas serão as pessoas que não acompanharem essa evolução, deixando-se
ficar na mesmice, por preguiça, por ignorância, ou por ambos os motivos.
Vamos então encarar a vida e o mundo
como eles são, esquecendo preconceitos velhos ou novos, pois são esses
preconceitos que podem nos levar a fechar os olhos para o mundo, sem conseguir
acompanhar o progresso, e o que de novo surgir por aí.
E que melhor
maneira para isso, do que tendo UM LINDO DIA?
Marcial Salaverry
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