Prestando uma homenagem ao
Mestre Luis de Camões, numa
resposta
ao maravilhoso soneto Alma
Minha.
Que me perdoem os puristas
pela impureza de meu texto.
Osculos e
amplexos,
Marcial
Alma Minha
de Luís de Camões
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.
Cá estou, sofredor, sempre triste,
esta dor a morder-me eternamente,
deixando-me a alma descontente,
desde o dia em que partiste...
Se lá no assento Etéreo onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente,
Que já nos olhos meus tão puro viste.
Olhaste-me, e mal me viste,
deixando-me a lembrar teu beijo ardente,
e pelo menos esta memória me consente,
a mirar-me lá, para onde subiste...
E se vires que pode merecer-te
Alguma coisa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te;
Apenas dor, ao perder-te,
em meu peito que magoado ficou,
a lembrar de que pude merecer-te...
Roga a Deus que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
Por que Deus tão cedo te levou,
não me deixando mais ver-te,
e assim, minha vida encurtou...
Terá nascido por volta de de
1524/1525.
Morreu a 10 de Junho de 1580 em
Lisboa.
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