Uma verdade que precisa ser
dita, é a descoberta sobre o fato de que nem todos entendem o amor, e portanto, não
poderão saber vive-lo em gostosa plenitude...
Ósculos e
amplexos,
Marcial
Para concluir que nem todos
entendem o amor, o que ele é, e o que se pode fazer com ele, basta ver que já se
falou muito sobre o amor, mas nunca se chegou a alguma definição definitiva
sobre o que vem a ser esse sentimento estranho, que surge não se sabe como,
instala-se supostamente no coração, mas na verdade age sobre o cérebro,
pois mexe com o pensamento, chegando a dominar todo o corpo, principalmente
os lábios e mãos, isso para não aprofundarmos mais o assunto, pois o campo
de ação é vasto, e faz trabalhar bem o imaginativo, pois o amor mexe com todo
nosso metabolismo, chegando a alterar a pressão arterial, acelerando os
batimentos cardiacos, mexendo com juizo e bom senso, levando-nos a concluir que
não existe nenhum de nossos sentidos que não seja afetado pelo
amor.
Aliás, a essa conclusão
pode-se chegar, verificando que alguns luminares, como Drumond, Vinicius,
Neruda, e tantos outros também tentaram e não conseguiram definir o que,
exatamente é o amor, e nem tampouco vou tentar fazê-lo. Limito-me a vivê-lo. E
a aceitá-lo.
Certamente algumas dúvidas
concretas existem, e entre elas, uma que perturba muito e chega a atrapalhar
alguns relacionamentos, é o que nos leva a falar sobre o amor entre pessoas
de condições físicas, sociais ou mesmo intelectuais diferentes, e nesse caso,
pergunta-se por exemplo se um poeta pode amar uma mulher que não seja poetisa,
ou mesmo se uma poetisa pode amar um homem que não seja poeta, ou se um artista
poderá amar alguém não vinculado às artes. A mesma pergunta pode ser feita sobre
esportistas, intelectuais, ou qualquer campo de atividades, se poderá ser bem
vivido um amor entre duas criaturas com opções de vida diferentes, ou mesmo
antagonicas.
Se for possível, se realmente acontecer, algum dos dois pode
ser considerado como peixe fora d'água? Na realidade não existe nada que impeça
esse amor, pois o amor não tem fronteiras nem divisas, basta que exista
compreensão, bom senso, respeito e reciprocidade, eis que o amor apenas surge,
ou não, independendo de gostos literários, ou de condições sociais, ou de
atividades profissionais, que não se coadunem.
Havendo o amor recíproco,
pouco importa, se apenas um, ou se os dois tem a mesma opção de vida ou não,
pois o que conta é a reciprocidade do sentimento, eis que o amor tem que ir e
voltar, mas vamos combinar que reciprocidade é conditio sine qua non, e havendo,
é meio caminho andado para a felicidade.
Por sua própria
complexidade, o amor não conhece fronteiras nem limites, não classifica os
indivíduos por sua condição social ou econômica. A diferença é ditada pelos
preconceitos que muitas pessoas tem muito arraigados, não se permitindo muitas
vezes deixar fluir o amor que sentem, por questões que nada tem a ver com o amor
propriamente dito, mas sim com convenções sociais que não deveriam existir, para
evitar que as almas sofram.
O amor é algo sentido de
dentro para fora, e portanto não está vendo o que pessoa tem ou não tem, é ou
não é. Claro que certas diferenças podem ocasionar alguns problemas, todos eles
contornáveis, em existindo o amor, pois amor implica em compreensão, e através
dessa compreensão, poder-se-á contornar quaisquer diferenças, e para que esse
amor nascido entre pessoas de diferentes condições, sejam elas culturais,
econômicas ou sociais, há que se ter uma dose extra de compreensão, amizade,
carinho entre ambos, visando aparar as arestas eventualmente surgidas, com um
máximo de ponderação.
Na verdade, nada impede que a parte menos desenvolvida estude e
procure melhorar sua condição, desde que haja boa vontade de parte a parte, uma
em ensinar e a outra em aprender, e assim as diferenças serão minimizadas, e as
coisas poderão se acertar.
Contudo, existe uma condição básica para que um
amor possa dar certo, e ela passa muito longe dessas questiúnculas menores e
contornáveis. Simplesmente, tem que haver uma sincera reciprocidade, que é a
palavra mágica para que tudo dê certo. Amor unilateral não dá certo, e assim,
quando apenas um dos parceiros ama, nada funciona. Nem diálogo, nem boa
vontade, nada. Essa história de que a força do amor de um fará com que o outro
ame também, apenas funciona em filmes ou novelas. No máximo que o lado que ama
pode conseguir é uma certa tolerância, caso haja interesses outros,
como financeiros, por exemplo. Mas é coisa sem futuro, pois será algo apenas
ditado pelo interesse, e fatalmente uma hora a coisa explode e termina, ficando
a certeza de que a insistência em querer uma relação nessas condições,
certamente não será salutar.
A sincera reciprocidade na
verdade, é a condição básica para que qualquer relacionamento tenha vida longa.
Se um dos parceiros perceber que o outro não lhe tem amor, insistir será malhar
em ferro frio, e será forçosamente, algo que acabará desgastando a relação,
trazendo sempre muita frustração.
Finalizando, como penso que
nossa amizade é recíproca, desejo a todos UM LINDO DIA, esperando receber o
mesmo desejo...
Marcial Salaverry
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