Em priscas eras, os politicos eram
coerentes com suas idéias e ideais...
Com o correr do tempo, tudo foi
mudando, e hoje, os políticos são
coerentes apenas com as idéias de
oportunismo, e mandaram os
ideais às favas...
Vendo o atual quadro
politico do País, com a corrupção campeando solta,
bate uma saudade enorme
dos velhos tempos.
Osculos e amplexos,
Marcial
TENTANDO DESPERTAR
A CONSCIÊNCIA POLÍTICA
Marcial Salaverry
Vamos tentar entender o que
se passa na política atualmente, procurando fazer um parâmetro com o que ocorria
antigamente, quando política era considerada coisa séria, e era praticada por
políticos que se respeitavam dentro do que se poderia chamar decoro
político.
Antigamente podia-se dizer que existiam convicções políticas, ou
seja, as posições eram seguidas e defendidas a todo custo. Havia o populismo, o
trabalhismo, integralismo, comunismo, udenismo e quem entrava para uma dessas
facções, lá ficava até o fim, salvo uma muito eventual mudança de linha de
conduta. Era motivo de grandes discussões quando alguém resolvia mudar de
partido, podendo até perder toda a credibilidade de seus seguidores. Discutia-se
política, vivia-se política.
Quando chegavam as eleições usava-se de todos
os argumentos para convencer o eleitorado, na disputa dos votos. Valia de tudo.
Mentiras, engodos, truques honestos, e outros nem tanto, traições também
ocorriam, mas tudo dentro de uma relativa lealdade. Era muito difícil alguém
“mudar de camisa” em meio a uma disputa. Era uma questão de honra a defesa das
cores partidárias. E os seguidores chegavam mesmo a brigar em defesa de seus
lideres. E estes reconheciam quem “estava com ele”.
Pelo menos os eleitores
sabiam em quem votar. Sabiam que os eleitos iriam pelo menos continuar fiéis às
cores partidárias. Claro que a chamada honestidade política terminava aí.
A
demagogia e a mentira sempre foram as armas dos políticos desde que o mundo é
mundo.
Para se eleger, promete tudo. Depois, faz o que pode. Geralmente em
beneficio próprio.
A grande diferença é que havia esse sentido de lealdade.
Os grandes líderes do passado, sempre foram fiéis a suas idéias e ideais.
Adhemar de Barros, Getulio Vargas, Luis Carlos Prestes, Plínio Salgado, Eduardo
Gomes, Carlos Lacerda, Janio Quadros, entre outros, durante toda sua vida
política defenderam apenas um ideal. Criaram seus partidos, e até o fim
respeitaram o PSP, PTB, PCB, PI, UDN, sem jamais trocar ou vender seus ideais em
benefício de interesses espúrios.
Claro que não se pode falar em honestidade.
Usaram de todos os meios para conseguir votos. Sempre foram demagogos. Mas
mantiveram-se fiéis a seus princípios.
E o que ocorre agora? Apenas são
coerentes no sentido do oportunismo, no sentido de aproveitar a situação para se
locupletar o mais rapidamente possível, porque a vida política pode ser efêmera.
Mas as idéias e ideais são esquecidas ao primeiro conchavo que lhes traga algum
interesse. A cada eleição, defendem partidos diferentes. E os partidos
políticos, que outrora representavam a força política do País, agora servem
apenas como siglas para fazer acordos e conchavos, ora apoiando este ora aquele.
Quem era pouco mais do que um bandido, passa a ser o novo salvador da pátria.
Como resultado, vemos Fulano xingando Beltrano, e depois de um “vem cá meu
bem”, estão aos abraços e trocando elogios. E o triste é que o eleitorado a tudo
assiste, e tudo aceita passivamente.
É preciso começar a cobrar pelo menos um
pouco de coerência na defesa de idéias e ideais, e não apenas entregar o voto
sem saber o que vai ser feito dele.
Vamos pensar bem nestas eleições que
estão chegando, para tentar mudar o quadro político do Brasil. Utopia? Claro,
pois ainda e sempre estaremos trocando votos por camisetas e promessas vãs...
Como? Você pretende analisar, ponderar, e procurar votar com consciência? Então
eu o aplaudo e mesmo que vote errado, estará seguindo sua consciência.
E já é
meio caminho andado...
Vamos pensar nisso, e ter UM LINDO DIA, procurando
encontrar quem possa nos ajudar a ter lindos dias daqui pra
frente...
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