Namoro do passado...Tempo bom para ser lembrado...
"Que saudade que tenho da aurora da minha vida.."
Um Feliz Dia dos Namorados, paranamorados de sempre,
para todo o sempre...
Osculos e amplexos,
Marcial
Está chegando o Dia dos
Namorados, e assim é bom lembrar que namorar sempre foi a melhor maneira de se
viver a vida, mesmo considerando que as coisas mudaram muito nestes últimos
tempos, uma vez que a evolução do
mundo, a marcha desenfreada do progresso tecnológico provocou uma revolução tão
grande e tão rápida em nossos usos e costumes, que até assusta.
Gente que falava ao
telephone, hoje fala em icq, via skype. Um telegrama, que era o meio mais rápido
de comunicação, levava dias para chegar ao destino, enquanto hoje, via e-mail,
comunica-se em questão de segundos com qualquer parte do mundo.
Coisas do progresso que
chegam a assustar. A evolução dos costumes foi generalizada. Tudo em nossa vida
mudou. Principalmente em questões de relacionamento humano, e assim, podemos
entender que realmente as mudanças ocorridas assustam, sobretudo no que diz respeito ao namoro, pois
vamos combinar que era romântico e gostoso o namoro de
antigamente...
Vamos tentar
recordar...
Inicialmente,
namorava-se nos coretos, que existiam nas famosas "pracinhas". Essas pracinhas
ainda são encontradas em cidades do interior, mas os coretos, que
saudade...
Dá pra lembrar que as
moças ficavam andando pela praça, e os rapazes ficavam olhando, criando coragem
para tentar a abordagem, e haviam as famosas musicas anunciadas pelo locutor,
que "Eufrozina dedica a um rapaz de olhos azuis que está de camisa branca...".
Quanta saudade.....
Outro lugar para se
conhecer garotas era o salão de baile. Principalmente os famosos Bailes de
Formatura. Pasmem, os rapazes não podiam ir de bermudas... Era exigível o
smoking. Quem não souber o que é isto, pergunte a alguém de mais idade na
família, que ele saberá explicar...
Então, era aquela
manobra. Durante as primeiras danças, os rapazes observavam as moças, e vice
versa. Olhavam-se, tentavam captar algum sinal de aceitação. Aí então, quando
era notado algum piscar de olhos, ou algum sinal de assentimento com a cabeça,
tirava-se aquela moça na próxima dança.
Conseguir colar o rosto
era algo para ser conseguido após algum tempo de conhecimento. Dançava-se sempre
com uma ligeira distancia separando os corpos mas, em havendo alguma atração,
chegava-se a um roçar de corpos, mas nada muito abusado.
Depois do baile, uma
luta para a famosa troca de telefones. E no dia seguinte era aquela ansiosa
expectativa para ver se o ansiado telefonema acontecia. Marcava-se um encontro
para ir a um cinema. No início do namoro, quando muito andar de mãos dadas, o
que já era sinal de que havia uma atração. Ia-se ao cinema para assistir ao
filme, assistir, mesmo... Beijar a mão já seria considerado abuso. Claro que
assim eram os princípios de namoro com as "moças de família". O namoro tinha que
pautar pelo respeito, e sempre com acompanhantes.
Um passeio ao
Zoológico, teria que ser comboiado por quase toda a família. Para um baile,
sempre teria que ter a presença de alguém "mais velho" junto da moça. Sair a sós
com o namorado, nem pensar. O único programa eventualmente tolerado sem
companhia, era o cinema. Na matinê, é óbvio....
Para mostrar que tinha
"boas intenções", o que seria condição "sine qua non" para o prosseguimento do
namoro, seria conversar com os pais da moça, e começar a namorá-la em
casa.
Então, era aquela
aventura, apresentar-se ao pai da jovem e, mortificado, ter que responder a um
questionário completo sobre condições de vida, e explicar que intenções tinha.
Devidamente aprovado pelo "Conselho Familiar", então poderia começar o namoro,
sempre em casa. Comportadamente sentados em um sofá, claro que cada um em uma
ponta, e sempre a presença de algum ou alguns familiares pela sala. Interessante
que sempre alguém tinha algo para fazer naquela bendita sala quando se estava
namorando. Algumas vezes arriscava-se um beijinho, pois ninguém é de ferro, mas
tinha que ser meio rápido, para não ser surpreendido.
Sexo? O que é isto?
Somente após o casamento. Muitas meninas iam para a famosa "Lua de Mel", sem
sequer saber para que serviam determinadas partes da anatomia de seu corpo... Do
corpo masculino então, nem falar...
Era um namoro
essencialmente casto. Normalmente arrastava-se por anos de namoro. Os rapazes
tinham seus meios de desafogo, mas as moças tinham que se preservar para a noite
de núpcias, quando então teriam desvendados todos os segredos. Se não estivesse
virgem, já seria motivo para anulação do casamento.
Era outra época. Havia
mais respeito em todos os sentidos, e não apenas do homem pela mulher. Mas que
era um namoro complicado, lá isso era... Era outra educação, outra maneira de
pensar.
Falar do namoro de hoje
em dia... Em que se "Fica" após 34 segundos de conversa, e vai-se ao motel após
as duas primeiras horas de conhecimento...
A esse respeito, falar
o que? Apenas relembrar... Quanta saudade dos tempos da brilhantina, do beijo na
mão, do respeito... Saudosismo? Claro, mas não é para se ter saudade de um tempo
onde havia basicamente respeito pelas pessoas?
E com esse
pensamento essencialmente saudosista, beijo respeitosamente as mãos de minhas
leitoras, e dou um cordial aperto de mão aos leitores, e que todos tenhamos
UM LINDO DIA, lembrando que
hoje é Dia dos Namorados, e que tal um ramos de flores para a namorada de
sempre?
Marcial Salaverry
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