Sempre
elaboramos listas contendo nossos desejos para o ano que vai entrar, pois algo
que todos temos muito arraigado dentro de nosso pensamento, são as famosas
resoluções sobre o que vamos fazer no Ano Novo.
A
cada ano que começa, geralmente nos olhamos no espelho, e resolvemos uma série
de coisas que, em sua grande maioria jamais serão realizadas, seja por falta de
oportunidade, seja por falta de um maior empenho, seja lá por qual motivo for,
mas não as cumprimos, mas planejar, planejamos, e como planejamos...
Geralmente
temos perfeita consciência da impraticabilidade de tais resoluções, mas as
tomamos e garantimos que serão cumpridas à risca. São coisas da vida...
Ocorre
que geralmente um ano é sempre a continuação do outro. Portanto, a maior
possibilidade é tudo continuar da mesma maneira. Algumas novidades, geralmente
são decisões já tomadas antes e que vão sendo resolvidas, ou não, e tudo
depende da imponderabilidade de certas coisas que estão um pouco acima de nossa
compreensão, e é aí que está o real gosto pela vida.
Não
posso conceber as coisas saírem exatamente como planejadas. Parece que assim a
vida perde a graça, fica meio que robótica. As jogadas que o destino faz com
nossas famosas decisões é que realmente faz com que a vida valha a pena ser
vivida.
Sempre
temos que estar atentos para tais surpresas, para não permitirmos que elas
possam complicar nossa vida irremediavelmente.
É
importante traçarmos alguns objetivos pelos quais devemos batalhar, pois não
podemos jogar tudo nas costas do famoso destino, mas não é porque planejamos
para o ano passado uma gloriosa viagem a Disneyworld, e o máximo que
conseguimos foi ir até o Guarujá, que devemos desistir daquele objetivo, temos
sim, que analisar as circunstâncias que nos impediram de realizar aquela viagem
e ver se os obstáculos poderão ser contornados. Se a compra daquele apartamento
não foi concretizada porque a sogra quebrou a perna e tivemos que ajudar nas
despesas (isso porque ela nunca quis fazer um Convênio...), podemos adiar para
este ano (se bem que ela ainda tem a outra perna...).
Enfim,
temos que fazer planejamentos, traçar objetivos, mas não tomar decisões, pois
uma decisão tem um quê de irrevogabilidade, e causa frustração quando não dá
certo. Um planejamento, porém, é algo que pode ir sendo mudado conforme as
coisas vão acontecendo.
O
grande tesão da vida é ir vivendo à medida que o tempo vai passando. Nem
devemos lamentar azares ocorridos, nem tampouco devemos planejar grandes
coisas. Muitas vezes deixamos de viver o momento presente porque temos algo
grandioso planejado. Então nos agarramos àquele sonho e deixamos passar algumas
oportunidades interessantes.
E
isto vale para tudo na vida. Devemos sempre viver o momento presente. Claro que
um certo planejamento deve ser feito. Mas não devemos deixar que as famosas
decisões, que são esses grandes sonhos se transformem em obsessão, impedindo-nos
de enxergar o óbvio, que muitas vezes está a nosso alcance, e que poderá
terminar por nos trazer a tal da felicidade.
Então
esta é a minha decisão para este ano: CONTINUAR VIVENDO e, claro, continuar
escrevendo, pelo menos enquanto os dois últimos neurônios sobreviventes
continuarem trabalhando. Nessa expectativa, espero que todos tenhamos UM LINDO DIA.
Marcial
Salaverry
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