DE COMO A VIRTUALIDADE INFLUENCIA A
REALIDADE
Marcial Salaverry
Desde que o mundo é mundo, as coisas
virtuais exerceram forte influência sobre a realidade da vida, mas antigamente
não se falava em influências virtuais. Eram chamadas de meras fantasias, que
sempre povoaram a mente humana, e que hoje continuam povoando, pois a
virtualidade na realidade não passa de uma fantasia, cujos resultados
ultrapassam o que poderia imaginar nossa mais fértil imaginação...
Nosso
cérebro tem uma capacidade muito maior para criar, para imaginar, do que para
aceitar fatos consumados, o que sempre causou o desenvolvimento em que nos
encontramos, e que é superado a cada dia por novidades da ciencia e da
tecnologia.
Às fantasias de uns quantos “loucos irresponsáveis” devemos
uma série incalculável de invenções, sempre obra da inventividade (por que não
dizer virtualidade?) de cérebros muito imaginativos.
Por exemplo, na
época, alguém poderia acreditar que aquela coisa fosse se despregar do solo?
Apenas a fantasia de Santos Dumont “via” a coisa acontecendo. Apenas o
conhecimento virtual de nosso Albertinho lhe dizia cabalmente que aquela
geringonça voaria. Ele, e apenas ele tinha essa convicção. E o resultado
todos conhecem... A coisa voou, e deu volta à torre Eiffel, deixando todos
estarrecidos. E a Demoiselle de Santos Dumont, foi a mãe de todas essas
incríveis máquinas voadoras que pululam no espaço...
A virtualidade
influenciando a realidade. Claro que mais cedo ou mais tarde alguém iria chegar
à mesma conclusão, pois a imaginação existe na mente de todos nós. Apenas
alguns a aceitam com mais facilidade e assimilam suas lições melhor e mais
rapidamente do que outros.
Até pouco tempo atrás, se alguém falasse que
seria possível uma comunicação em poucos segundos com qualquer parte do mundo,
seria imediatamente rotulado de “louco”, como Santos Dumont, e tantos outros que
seguiram seus conhecimentos virtuais, possibilitando ao mundo tantos inventos.
Seria exaustivo e inútil citar a todos, já que hoje, graças aos sites de busca,
pode-se saber quem inventou o que em pouquíssimos segundos. E isso, demandaria
exaustivas buscas antigamente, com infindáveis consultas aos alfarrábios da
época, como a Barsa (alguém, se lembra dela? Era o máximo em
buscas...)
Graças a essa incrível facilidade de comunicação, podemos
manter comunicação com pessoas do mundo inteiro. Algo inimaginável antes deste
louco mundo virtual, pois era absolutamente impossível, devido aos altos custos
e à demora para manter-se esse contato. Para ter-se uma idéia, há pouco mais de
25 anos, uma ligação telefônica entre Santos e São Paulo tinha uma demora de
algumas horas para ser completada. E se a distância fosse maior, nem
pensar....
Atualmente, contudo, leva-se segundos para se conversar com
pessoas do mundo inteiro, possibilitando o surgimento de boas amizades, e até de
romances.
Pela facilidade de comunicação, facilmente se descobrem
afinidades que talvez nem mesmo com o conhecimento físico seriam descobertas.
Pessoas tímidas que não teriam coragem de declarar amor a alguém à sua frente,
conseguem faze-lo. Já houve conhecimentos virtuais que passaram para a
realidade com amplo sucesso. E também aconteceu o contrário.
Mais uma
vez a virtualidade, ou o imaginativo influenciando a realidade. Essa
comunicabilidade toda está mudando o mundo. Pessoas solitárias encontram
lenitivo para sua solidão através de conhecimentos virtuais.
Pessoas
doentes, conseguem encontrar cura para seus males, através da rede virtual de
boa vontade.
Também existe o reverso da medalha. Essa virtualidade
possibilita a muitos doidos cometerem uma série de loucuras, muitas vezes
prejudicando muitas pessoas.
Bem como pode facilitar a mobilização rápida
de milhões de pessoas para tentar fazer algo em prol da Paz Mundial. Se “alguém”
resolver raciocinar e recuar, podem ter certeza de que mais uma vez a
“virtualidade influenciou a realidade”. E esta, gente, seria a principal
vitória que se poderia conseguir.
Outra prova de como a virtualidade
influencia a realidade, é que posso neste mesmo instante, estar desejando UM
LINDO DIA, às minhas crianças, espalhadas pelo menos, em três continentes, e até
mesmo quem sabe, em outros planetas...
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