Relembrando a Velha Sampa...
Que saudade da
"minha infancia querida que os anos não trazem mais..."
Rememoremos, pois, como foram vividos alguns
desses 463 anos ora comemorados...
Ósculos e amplexos,
Marcial
Que saudade da
"minha infancia querida que os anos não trazem mais..."
Rememoremos, pois, como foram vividos alguns
desses 463 anos ora comemorados...
Ósculos e amplexos,
Marcial
VAMOS RELEMBRAR AQUELA SÃO PAULO DA
GAROA...
Marcial Salaverry
São Paulo, sempre foi uma das grandes cidades do mundo, e sempre a maior do Brasil.
Mas quem vê esta metrópole alucinada de hoje, e a conheceu em outras épocas, forçosamente sentirá a saudade batendo forte no peito.
Marcial Salaverry
São Paulo, sempre foi uma das grandes cidades do mundo, e sempre a maior do Brasil.
Mas quem vê esta metrópole alucinada de hoje, e a conheceu em outras épocas, forçosamente sentirá a saudade batendo forte no peito.
Era outra vida... Tempo das serenatas... Aqueles
rapazes pretendiam conquistar suas eleitas, cantando sob suas sacadas, e as
donzelas, sempre suspirantes, assomavam às janelas, sorrindo enlevadas para seus
apaixonados. Eram lindos romances.
As crianças dessa época apenas sabiam brincar,
ignorando totalmente essas coisas de namoro. A infância vivia uma verdadeira
infância, sem queimar etapas.
Existia algo chamado inocência. Apenas na entrada da adolescência que começava a existir aquele namoro “de portão”, e assim, as serenatas eram um meio para os rapazes demonstrarem seus sentimentos às jovens. Hoje, bate uma saudade incrível desse romantismo gostoso. Piegas, porém, muito gostoso.
Existia algo chamado inocência. Apenas na entrada da adolescência que começava a existir aquele namoro “de portão”, e assim, as serenatas eram um meio para os rapazes demonstrarem seus sentimentos às jovens. Hoje, bate uma saudade incrível desse romantismo gostoso. Piegas, porém, muito gostoso.
Andava-se tranquilamente pela cidade. Era possível
brincar nas ruas. E existiam aqueles jogos de “uma na mula”, “dono da rua”,
jogava-se futebol nas calçadas, e com bolas de meia. Alguém sabe o que é uma
bola de meia?
Claro que havia indivíduos que viviam fora da lei. Eram chamados "malfeitores". Mas nem eles agiam com violência, principalmente com essa violência gratuita que vemos nos dias de hoje. Até para isso havia uma certa ética que eles respeitavam. Tivemos alguns nomes que marcaram época, como Meneghetti, Sete Dedos, que entravam nas residências, roubavam e saiam, sem que ninguém notasse sua presença. Tudo dentro da mais estrita “ética profissional”.
Claro que havia indivíduos que viviam fora da lei. Eram chamados "malfeitores". Mas nem eles agiam com violência, principalmente com essa violência gratuita que vemos nos dias de hoje. Até para isso havia uma certa ética que eles respeitavam. Tivemos alguns nomes que marcaram época, como Meneghetti, Sete Dedos, que entravam nas residências, roubavam e saiam, sem que ninguém notasse sua presença. Tudo dentro da mais estrita “ética profissional”.
Não havia esse consumo desenfreado de drogas, essa
maldade que se encontra hoje, quando as pessoas de bem precisam viver
enclausuradas, com medo da violência das ruas. A rua era nossa, podia-se passear
e brincar à vontade. Um costume da época, vizinhos reuniam-se à porta de uma
das casas, colocavam cadeiras na calçada, e o papo avançava noite a fora... Não
havia a tal da televisão...Nem tampouco as tais de "Redes Sociais", rede era só
pra tirar uma soneca depois do almoço, e não era nada
social...
Havia uma convivência saudável, e havia um enorme
respeito das crianças e jovens pelos mais velhos. Sua palavra era quase
lei.
São Paulo com seus bondes, com o charme fantástico da Avenida Paulista, e seus palacetes, com que os “barões do café” ostentavam sua opulência, sem que precisassem temer serem sequestrados.
O que dizer então da Avenida São João, e seus lindos cinemas, como Metro, Art Palácio, Paysandu, programa obrigatório dos fins de semana. O Ponto Chic, e seu famoso “Bauru”...
E as salas de espetáculo como Odeon, na Rua da Consolação, com as Salas Azul, Verde e Vermelha. No carnaval, os bailes do Odeon eram o ponto alto naquela bela Sampa.
Na esquina com a Av. São Luiz, havia a Radio América, onde nos fins de semana assistia-se a monumentais shows musicais. Por exemplo, os Quitandinha Serenaders, um conjunto que arrasava... Não podemos esquecer um jovem que tocava bandolim genialmente, chamado Jacob do Bandolim... os Titulares do Ritmo, que era um conjunto formado por cegos, e que a todos encantavam com sua arte... Não podemos esquecer uma menina em começo de carreira que arrasava corações juvenis, chamada Hebe Camargo. E um garoto que ela chamou de “principezinho de olhos azuis”, ganhando um gostoso beijo nas bochechas...
São Paulo com seus bondes, com o charme fantástico da Avenida Paulista, e seus palacetes, com que os “barões do café” ostentavam sua opulência, sem que precisassem temer serem sequestrados.
O que dizer então da Avenida São João, e seus lindos cinemas, como Metro, Art Palácio, Paysandu, programa obrigatório dos fins de semana. O Ponto Chic, e seu famoso “Bauru”...
E as salas de espetáculo como Odeon, na Rua da Consolação, com as Salas Azul, Verde e Vermelha. No carnaval, os bailes do Odeon eram o ponto alto naquela bela Sampa.
Na esquina com a Av. São Luiz, havia a Radio América, onde nos fins de semana assistia-se a monumentais shows musicais. Por exemplo, os Quitandinha Serenaders, um conjunto que arrasava... Não podemos esquecer um jovem que tocava bandolim genialmente, chamado Jacob do Bandolim... os Titulares do Ritmo, que era um conjunto formado por cegos, e que a todos encantavam com sua arte... Não podemos esquecer uma menina em começo de carreira que arrasava corações juvenis, chamada Hebe Camargo. E um garoto que ela chamou de “principezinho de olhos azuis”, ganhando um gostoso beijo nas bochechas...
Nessa época, ainda havia a famosa garoa... Acho
que a poluição matou a garoa... E como era gostoso passear a noite, curtindo o
friozinho saudável dessa velha garoa... Av. São Luiz, Praça da Republica, Av
Ipiranga... Haja saudade... Quem relembrar, pode até enxugar aquela lagrimazinha
teimosa...
Nos dias de jogo no Pacaembu, o charme era voltar a pé, para uma paquera na Praça Buenos Ayres, um dos pontos mais lindos daquela São Paulo, descer pela Av. Angélica até o Largo do Arouche, para ir patinar num rinque de patinação, que era o ponto de encontro da rapaziada, sempre naquela tentativa de um namorinho com as meninas que lá iam, sempre com seus pais. As meninas “de família”, jamais saiam sozinhas...
Nos dias de jogo no Pacaembu, o charme era voltar a pé, para uma paquera na Praça Buenos Ayres, um dos pontos mais lindos daquela São Paulo, descer pela Av. Angélica até o Largo do Arouche, para ir patinar num rinque de patinação, que era o ponto de encontro da rapaziada, sempre naquela tentativa de um namorinho com as meninas que lá iam, sempre com seus pais. As meninas “de família”, jamais saiam sozinhas...
Essa era a São Paulo daquela época... Não é para
sentir saudade?
“São Paulo da garoa... São Paulo que terra boa...”
“São Paulo da garoa... São Paulo que terra boa...”
Rememorando, ainda é possível pensar em ter UM
LINDO DIA...
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