"Coração de mãe nunca se
engana"...
Nem sempre... A vida nos
prega muitas peças...
Osculos e
amplexos,
Marcial
Certamente por causa do
amor, acabamos sofrendo algumas duras decepções na vida e inclusive,costuma-se
dizer que o amor de mãe é cego, e a tudo perdoa, porque para as mães, de modo
geral, suas crianças sempre serão perfeitas, e nada farão de errado, e que
muitas vezes chegam a fechar os olhos para não ver certas barbaridades cometidas
por seus rebentos, sempre procurando atribuir a culpa a terceiros, já que "meu
filho não seria capaz de fazer isso...", mas muitas vezes, é sim, e por causa
desse ponto de vista muitas pessoas jamais se corrigem...
Podemos considerar que tal
julgamento é um tanto quanto falho, pois todas as pessoas são passíveis de erros
(nossos filhos inclusive), e na verdade, não é “exclusividade maternal”, já
que todos nós temos uma tendência natural para jogar com dois pesos e duas
medidas, dependendo de quem cometeu este ou aquele erro, pois o julgamento muda
se é alguém de quem gostamos ou não. E invariavelmente faremos o prato pender a
favor do lado que conta com nossa simpatia. Sempre com a tradicional frase:
"Fulano eu conheço, é gente de bem. Agora o outro, nem sei quem é..."
Isso pode nos levar a muitos erros, eis que a
simpatia pessoal sempre poderá atrapalhar qualquer julgamento. Em nossa opinião,
nossos amigos serão incapazes de atos falhos. E nem sempre tal maneira de pensar
estará correta, sendo necessário que haja isenção de ânimo para que se possa
julgar quaisquer atos.
Aliás, isso é reconhecido pela
Justiça, quando da escolha dos jurados que irão decidir os destinos de algum
réu. Eles não podem sequer ser conhecidos remotos da pessoa a ser
julgada.
Recebi de meu amigo L'Inconnu, uma frase que vem a
calhar para o assunto em
pauta:
"As pessoas que mais
gostamos, são as que mais nos decepcionam, pois pensamos que são perfeitas e
esquecemos que são humanas."
E isso é algo que jamais poderemos esquecer, pois o erro é
inerente à nossa condição humana, e assim, todos
somos sujeitos a fazer alguma besteira. Todos somos basicamente honestos, mas
muitas vezes a tentação é forte demais para nossa condição humana, e poderemos
cometer algum deslize. Os outros erram, ou fazem sacanagem, nós, ou nossos
amigos apenas cometemos eventuais deslizes.
Imbuídos dessa certeza, saberemos que aqueles a quem amamos também estão
classificados como humanos, e passíveis de erros. Mas quando estes acontecerem,
nossa decepção sempre será dobrada.
Essa falha de julgamento é um dos erros que mais
frequentemente cometemos. Muitas vezes preferimos encobrir coisas erradas, pelos
laços que nos ligam a pessoas culpadas, e esse não é um procedimento correto,
pois nada mais justo do que aquele que errou, pagar por seus erros, seja ou não
alguém de nossas relações.
Aquele que disser que jamais cometeu um ato falho, ou alguma
infração, direi estar diante de alguém que não nasceu ainda, ou então de um
grande mentiroso que, por sua mentira está incorrendo em nova
infração.
Não é somente de crimes, roubos, peculatos, adultérios,
apropriações indébitas, propinas, subornos, ocultação de provas, cujas punições
estão previstas pelo Código Penal, que é composto o mundo de “crimes” usualmente
cometidos.
Também podemos falar em “cola” nas provas escolares,
subornos de guardas de transito, mentiras contadas aos pais, irmãos, chefes,
etc... Isso sem falar nas famosas propinas que andam tanto em evidencia...E
assim vai... Todos sabemos o que já fizemos na vida. Portanto, perfeição não
existe. E o fato de também sermos passíveis de erros, confirmando o célebre
ditado: HERRAR É UMANO, automaticamente não nos dá direito de julgar aqueles que
desejamos condenar. Podemos, quando
muito criticar quem acreditamos estar errado, sujeitando-nos a receber criticas
por nosso procedimento, nunca esquecendo que críticas nem sempre são válidas,
pois sempre refletem uma opinião pessoal...
Assim sendo, vamos dar a todos o direito de errar, desde que
não sejamos prejudicados, pois nesse caso, temos o direito de defender nossos
direitos. Mas, fica a ressalva. Uma coisa é criticar e procurar defender nossos
interesses na ameaça de sermos lesados, outra coisa é condenar sumariamente
aquele que errou. Por sermos igualmente
“umanos”, e portanto sujeitos a “herros”, não temos o direito de julgamentos
sumários, e crucificar quem quer que seja, e dessa maneira,
indiscutivelmente uma vez apurada a
culpabilidade daquele por quem brigamos um dia, apenas por ser uma pessoa
querida, aumentará nossa decepção.
Assim, vamos pensar em nossos “herros
umanos”, sempre procurando ter UM LINDO DIA, ao invés
de comete-los.
Marcial Salaverry
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