Professores são
na verdade heróis dos tempos modernos,
Verdadeiros
heróis incompreendidos...
Não são os
culpados pelo niver do noçu inçinu...
Osculos e
amplexos,
Marcial
*****
No Dia do Professor, são prestadas merecidas homenagens aos professores, e nada
mais justo do que prestá-las, pois não existe ninguém mais do que eles (e
elas) para merecer homenagens, pois são autênticos heróis dos tempos modernos.
Aliás, sempre o foram. Agora, mais do que nunca. Vamos falar um pouco
deles.
Quando vai começar o novo ano letivo, recomeça o drama dos
professores brasileiros, mal remunerados, mal compreendidos, tendo que dar um
duro danado, matando alguns leões por dia (com vontade de substituir os leões
por alunos, ou mesmo certo tipo de pais...) para poder sobreviver.
São eles
realmente a ligação entre as gerações, entre Pais e Filhos. São os
incompreendidos e abnegados professores e professoras. Ainda me lembro do que
aprontei em meus tempos de estudante, e humildemernte peço predão pelo que
aprontei, pois na época não sabia que a vida de vocês era essa batalha... Se
soubesse, teria sido bem comportado, mas eram apenas pequenas brincadeiras, e
algumas piadinhas, sem maldade nenhuma...
Muita gente acha que é muito fácil
ser professor, que é só decorar as aulas, e despejar matéria em cima dos alunos,
para depois, corrigir as provas, dar as notas, e pronto. É verdadeiramente uma
maravilha ser professor. Beleza pura. Vai lá. Experimenta.
Agora,
esqueçamos as utopias, e vamos para a realidade. É uma das classes mais mal
remuneradas que existe. Se não tiver outras fontes de renda, tem que correr
feito doido atrás da bola, em 3 e 4 empregos, para tentar morrer de fome com
dignidade.
Não podemos esquecer os longos anos de estudo para chegar ao
Magistério. Realmente, Professor não é uma profissão, é um estado de espírito.
É uma vocação.
Agora entra em pauta a parte mais delicada do que é ser
Professor, ou seja, o que deveria ser a complementação da educação iniciada nos
lares. Deveria, mas na maior parte dos casos (principalmente no curso
primário), não é apenas isso, pois as crianças chegam para as salas de aula sem
a mínima orientação de vida, sem sequer saber com exatidão o que foram fazer na
escola.
Nesses casos, o Professor tem que fazer a coisa desde o início.
Precisa burilar a criança. Trabalhar a cabecinha, “trazendo-a” para o ambiente
escolar. Esse trabalho nem sempre é compreendido pelos pais, que acham ser uma
“interferência” na educação familiar, que aliás, inexiste.
E quando numa sala
de aula existe um ou mais “adolescentes rebeldes”, fruto de uma “deseducação
familiar” total e completa, a coisa fica complicada. Os professores, em casos
como esse tem que fazer “das tripas coração” para não deixar que o mau aluno
deteriore o ambiente da sala de aula.
Procura os pais que nem sempre
colaboram (nunca tem tempo para ir às reuniões), e que sempre alegam que a
Escola existe para educar as crianças... Enfim, não é fácil lidar com esse tipo
de adolescentes.
É preciso muita psicologia para lidar com crianças, dada a
heterogeneidade que se encontra em uma sala de aula, mas as crianças pequenas
são mais maleáveis, ou melhor, menos problemáticas, salvo algumas que são
excessivamente mimadas em casa...
O problema principal são os adolescentes,
que já trazem mais arraigados os problemas domésticos, são por natureza
revoltados contra alguma coisa, que nem mesmo eles sabem definir, e que os
professores procuram “consertar”. Sempre procuram cativar os líderes da turma,
que muitas vezes colaboram para “acertar” a classe. Enfim, haja paciência, e
muita sabedoria para contornar certas situações.
E por essas, e mais outras,
temos de registrar aqui uma homenagem a estes que são o verdadeiro elo que pode
unir as diferentes gerações. É um trabalho de “sapa”, nem sempre compreendido,
mal remunerado e super sacrificado. Afinal, estão lidando com o futuro das
crianças. Muitas vezes crianças-problema são “consertadas” na sala de aula,
graças ao trabalho psicológico lá desenvolvido pelos professores. Muitas vezes
o trabalho dos professores é estragado pela falta de uma complementação
doméstica. E vem aquela tremenda vontade de ser estivador, jogador de futebol,
garçom, qualquer coisa menos professor.
Terminando, sigam o conselho deste
seu mestre:
TENHAM UM LINDO
DIA.
Marcial Salaverry
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