Será possível o amor entre
pessoas "incompatíveis"?
Desde que seja verdadeiro e
reciproco, o amor pode superar quaisquer
diferenças que possam
existir... Veja como...
Osculos e
amplexos,
Marcial
*********
Desde priscas eras, sempre haverá
alguém buscando entender e definir o amor, mas por mais que se tente faze-lo,
jamais se chegará a alguma
definição exata sobre o que na realidade
vem a ser esse sentimento estranho, que surge não se sabe como,
instala-se supostamente no coração, mas age sobre o cérebro, pois domina os
pensamentos, e também todo o corpo,
principalmente os lábios e mãos, isso
para não aprofundarmos mais o assunto, pois o campo de ação é
vasto.
Enfim, o amor realmente pode exercer
uma ação dominadora até mesmo sobre a personalidade das pessoas, pois quase
sempre obriga a uma mudança total e completa de hábitos individuais, “dos quais
jamais se pensava abrir mão...”
Aliás, alguns luminares, como
Drumond, Vinicius, e tantos outros também tentaram e não conseguiram definir o
que, exatamente é o amor, e nem tampouco vou tentar fazê-lo, e agora
uma nova faceta a ser abordada, envolve
o amor surgido entre pessoas de diferentes níveis, que podem ser intelectuais,
sociais, profissionais, enfim, pessoas que pensam e vivem de maneira
diferente.
O questionamento feito por L’Inconnu é o
seguinte:
"Exemplificando... Poderá um
artista amar quem não o seja? Enfim... será possível esse amor aparentemente
impossível?"
Bem, meu querido L’Inconnu, a meu ver
não existe nada que impeça esse amor, pois o amor não tem divisor, já que ele
apenas surge, ou não, independendo de pendores artísticos, gostos literários, ou
profissões exercidas, desde que seja um amor vivido reciprocamente, pois
em havendo o amor recíproco, pouco
importa se apenas um o é, ou se ambos, são poetas, são músicos, são artistas ou
não, eis que na realidade, o que conta é a reciprocidade do sentimento, pois o
amor tem que ir, e voltar, pois a reciprocidade é conditio sine qua non, e assim
acontecendo, é meio caminho andado para tudo acontecer em plenitude, uma vez que
eventuais diferenças poderão ser superadas pela força do amor.
Por sua própria complexidade, o amor
não conhece fronteiras nem limites. Não classifica os indivíduos por sua
condição social, econômica, etária ou racial.
A diferença é ditada pelos preconceitos que muitas pessoas tem dentro de
si, não se permitindo muitas vezes deixar fluir o amor que sentem, por questões
que nada tem a ver com o amor propriamente dito. Apenas um preconceito muito
arraigado, algo em seu interior que age seletivamente, ou então opiniões alheias
que podem influenciar o pensamento.
O amor é algo sentido de dentro para
fora. Portanto, não está vendo o que
pessoa tem ou não tem, é ou não é. Claro que certas diferenças podem ocasionar
alguns problemas, todos eles contornáveis, em existindo o amor, pois amor
implica em compreensão, e através dessa compreensão, poder-se-á contornar toda e
qualquer diferença.
Para que dê certo esse amor
nascido entre pessoas de diferentes condições, sejam elas culturais, econômicas
ou sociais, há que se ter uma dose extra de compreensão, amizade, carinho entre
ambos, visando aparar as arestas eventualmente surgidas, com um máximo de
ponderação, pois nada impede que a parte menos desenvolvida estude
e procure melhorar sua condição, desde que haja uma real vontade de faze-lo, e
assim, desde que haja boa vontade de parte a
parte, uma em ensinar e a outra em aprender, as coisas poderão se
acertar.
Contudo, existe uma condição básica para que um amor
possa dar certo, e ela passa muito longe dessas questiúnculas menores e
contornáveis. Simplesmente, tem que haver reciprocidade, e é essa a
palavra mágica. Amor unilateral não dá
certo. Quando apenas um dos parceiros
ama, nada funciona. Nem diálogo, nem boa
vontade, nada. Essa história de que a
força do amor de um fará com que o outro ame também, funciona em filmes ou
novelas. No máximo que o lado que ama pode conseguir é uma certa tolerância, em
havendo interesses outros, como financeiros, por exemplo. Mas é coisa sem
futuro, e a insistência em querer uma relação
nessas condições, certamente não será salutar.
Essa, na minha opinião, é a condição
básica para qualquer relacionamento. Se
um dos parceiros perceber que o outro não lhe tem amor, insistir será malhar em
ferro frio. Será, forçosamente, algo que
acabará desgastando a relação, trazendo sempre muita frustração. E isso é algo
que vale tanto para o amor, quanto para a amizade, sempre lembrando que a
amizade é o que pode "cimentar" o amor, deixando-o gostoso para ser vivido, e o
ponto básico para essa felicidade, se apoia em duas palavras de vital
importância para que tudo seja bem vivido, ou seja, sinceridade e
reciprocidade...
Como penso que nossa amizade é
recíproca, desejo a todos UM LINDO
DIA.
Marcial Salaverry
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