Durante a vida sempre ocorrem mudanças na maneira
de se amar...
Devemos estar preparados para elas...
Sempre é bom evitar uma rotina desgastante...
Osculos e amplexos,
Marcial
Algo a ser bem observado, é que sempre ocorrem
mudanças durante um relacionamento, principalmente aqueles de longa data, que
tem uma rotina quase sem novidades.
Podemos notar que parece que o amor vai se
modificando à medida que o tempo vai passando, quando na verdade o que acontece
é que a maneira de se expressar, e viver esse amor é que vai mudando, e é
preciso estar preparado para tais mudanças, a fim de evitar certas reações
traumáticas, que inclusive podem terminar com o relacionamento, embora os
parceiros ainda se amem, e um dos pontos mais críticos nessa questão de mudança
comportamental, refere-se justamente ao interesse sexual, tido e havido como o
ponto primordial em um relacionamento afetivo.
Nesse caso, é preciso saber analisar bem a questão.
É importante que se entenda que o interesse sexual não pode permanecer imutável
e imexível todo o tempo. Sempre estará sujeito a mudanças, pois é uma questão
orgânica inclusive, e assim sendo, uma eventual diminuição do interesse sexual
não poderá ser apontada como fim do amor, mas apenas como um arrefecimento do
tesão. Jamais como seu fim. Pode até ser, mas sempre é preciso dialogar, e
buscar os porquês, antes de decisões drásticas.
É preciso entender que existem diversas causas que
agem como fatores inibidores para a saudável prática do sexo entre os amantes,
e a própria rotina da vida é um deles. Sempre a mesma coisa acaba cansando, e
por isso é importante saber inovar, usar de alguma criatividade para impedir a
mesmice do cotidiano, que sempre irá causar algum desgaste.
Contudo, existem outros fatores que podem
estremecer um relacionamento, e um deles pode ser uma mágoa muito funda
provocada por alguma discussão, ou por alguma atitude que não seja bem
compreendida por uma das partes, ou por ambas, e que possa deixar sequelas.
Nesse caso, é bom refletir um pouco, para entender
o que houve com esse amor, pois se dele apenas restarem mágoas, é porque o amor
não era amor de verdade. Mas mesmo nesse caso, deve haver o diálogo, para que
não fiquem ressentimentos, que possam transformar em inimizade o que antes foi
um amor cheio de carinho, uma vez que um “ex”, não precisa necessariamente ser
um inimigo. Pode se transformar em amigo. E uma boa amizade nunca será demais,
mesmo que se esqueça que um dia houve um amor unindo duas pessoas, mas é muito
difícil esquecer que houve essa pessoa. Sempre existirão fatores que trarão
lembranças, boas ou más, mas lembranças que insistem em serem lembradas. Então
sempre será melhor pensar com suavidade, e mesmo com algum carinho, pois algo
de bom sempre foi vivido. Sempre haverá em que se apoiar o pensamento. Por que
se aferrar apenas à mágoa?
É bem mais saudável para a alma apenas lembrar do
que houve de bom, e procurar saber o que pode ter motivado um eventual
rompimento, para evitar incorrer no mesmo erro no futuro.
Não se deve tentar varrer a pessoa amada da
memória, pois será praticamente impossível consegui-lo. Vamos suavizar as lembranças,
para que nos lembremos e consigamos falar sem chorar, sem mágoas ou
ressentimentos. Se algo terminou, é porque algo foi vivido e teve episódios
felizes. Então a dor e o ressentimento só vão dificultar o esquecimento.
Mas sempre será interessante ponderar bem antes de
tomar uma decisão definitiva, pois poderá ser válido dar uma chance para o
amor. Principalmente quando ocorre o chamado “esfriamento sexual”, que nem
sempre é causado pelo fim do amor, pois o amor se houve, não acaba assim.
Então, vale a pena ponderar e saber analisar o que
provocou esse desinteresse repentino, que pode ter diversas causas, desde
clínicas e até psicológicas, ou simplesmente etárias. Não se pode querer que
aos 40, 60 ou 80, tenha-se o mesmo ardor sexual que aos 20. E há que se
considerar que se um dos parceiros tiver mais ardor, deverá entender o que está
ocorrendo com a parceria. Se houver amor de verdade, esse fator será facilmente
superável, desde que haja diálogo.
Assim é o amor. Temos que saber vive-lo, sabendo
entender todas suas nuances, sabendo superar todas as crises. Até mesmo a
fatídica (para alguns) “perda” do tesão, mas na verdade, amor e tesão não se
perdem. Podem mudar de forma, mas no interior sempre existirão. Se não houver
mais o ardor sexual, poderá haver um carinho suave, como maneira de expressar o
amor sentido. Um beijo carinhoso pode expressar muito mais amor do que uma
transa forçada. Um caminhar de mãos dadas indica amor, por vezes, bem mais
forte do que uma transa, por mais gostosa que seja...
Sempre devemos dar uma chance a mais para o amor,
antes de dizer adeus.
E sempre poderemos ter UM
LINDO DIA.
Marcial Salaverry
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