FASCINANTE

27/04/2018

ALGUMAS LEMBRANÇAS DO CONGO

De alguns anos vividos no Congo, certamente
algumas lembranças ficaram...
Vamos a elas...
Ósculos e amplexos,
Marcial

ALGUMAS LEMBRANÇAS DO CONGO
Marcial Salaverry

Quando alguém se propõe a viver em um país estranho, tem que estar pronto para o que der e vier, pois sempre teremos que nos adaptar aos usos e costumes vigentes nesse país, já que é impossível, que o país se adapte à nossa maneira de viver, o que parece lógico, não ?
Agora uma mudança radical como a que fizemos, realmente, revela um grau de insanidade mental, única condição que permitiria adaptação a usos e costumes tão diferentes dos nossos.  E teríamos que fazê-lo, se quiséssemos viver lá.
Logo no primeiro domingo, fomos ao “Libre Marché”, que era, digamos, a Ceasa de lá, e os primeiros choques, pois os hábitos alimentares dos congoleses, eram demasiado peculiares para olhos ocidentais.  Vejam, mais ou menos, partes de seu menu, e que foram assistidos pelos 3 pares de olhos ávidos recém chegados:
Entrada: um gostoso sanduíche de Coca-Cola... Como? Sanduíche de Coca-Cola?  Sim, basta pegar um pão, cortá-lo ao meio, e despejar a bebida nele. Qual o problema?
Acompanhamento: um nutritivo sanduíche de mandruvá... Mas, logo um mandruvá?  Sim, um apetitoso mandruvá.   Vocês conhecem o mandruvá? Aquela lagarta que dá no pau podre?   Pois bem, é ela o recheio do sanduíche em questão.  Cumpre salientar que são vendidas no mercado, vivas, lépidas e fagueiras, em cestos de bambu cheios de terra. O interessado corta seu pão ao meio, dirige-se ao vendedor, compra 2 ou 3 daqueles bichinhos apetitosos, logicamente ainda vivos, e simplesmente os coloca dentro do pão, e voilá,  eis um delicioso Mc Mandruvá...
E para beber, nada melhor do que uma Cerveja Primus, feita com arroz fermentado, e certamente natural, porque gelada ficaria muito fria, e difícil para descer... Sobre gosto, não há nada escrito...
E como sobremesa, nada melhor do que pegar umas baratas brancas, bem recheadas com seu chantilly natural, tirar as perninhas pra não fazer cosquinhas na garganta, e voilá... E com duas bocadas saboreá-la... Deliciosa...

O texto acima é um dos episodios vividos durante minha estada no Congo, retratando as primeiras impressões colhidas por Neyde, minha esposa e Iara e Alexandre meus filhos, então com 8 e 6 anos respectivamente, que com os olhos esbugalhados e o estomago embrulhado, observavam essas coisas...
A história dessa viagem deu origem ao livro UM BRASILEIRO NA ÁFRICA.

E com estas saudações africanas, Marcial, le congolais, deseja às queridas crianças, UM LINDO DIA...

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