É importante entender a passagem do tempo e o que isso
pode provocar em nossa vida.
Como é impossivel deter a marcha do tempo,
temos que saber amadurecer sem envelhecer,
não permitindo que nossa alma
envelheça e nem envileça, vamos deixar o problema apenas
com o
corpo...
Osculos e amplexos,
Marcial
ENTENDER E ACEITAR A PASSAGEM
DO TEMPO E A VIDA
Marcial Salaverry
Entendendo ser algo inevitável,
temos que saber encarar a passagem do tempo, e entender que podemos amadurecer
sem envelhecer. É preciso sabermos encarar essa idéia, aceitando que
efetivamente é impossível deter a marcha do tempo, vamos procurar com boas
idéias, saber que podemos encará-la numa boa.
As idéias amadureceram mais
um pouco, pois li um pensamento de L'Inconnu que se aplica à perfeição ao tema e
que exige uma certa reflexão. Vejam se não estou certo:
"Pense em si
mesmo como alguém que tem direito à felicidade".
Temos de convir que
L'Inconnu teve uma sábia inspiração, pois é exatamente essa a sugestão que se
pode passar para as pessoas que começam a se entregar ao peso dos anos,
esquecendo-se de que enquanto estamos vivos, sempre temos algo a fazer, e não
podemos nos entregar à idéia de que "estamos velhos e nada mais temos a
fazer".
Acredito que a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa é
chegar naquele ponto em que acha que nada mais tem a fazer e entrega os pontos.
Pode-se dizer que morreu em vida. E como é ruim quando isso acontece. Chegando a
esse ponto, realmente começa a morrer para a vida, e assim sendo, sinceramente
gostaria de pegar cada uma dessas pessoas apenas para tentar mostrar que todos,
sem exceção temos algo a fazer por alguém. Ninguém está completamente
inutilizado para a vida.
Temos que nos lembrar de que todos tem direito à
felicidade, à vida, mas temos que saber buscá-la, uma vez que não se pode
esperar que ela caia do céu.
E... como buscá-la? Argumentou uma amiga,
acrescentando que estava viúva há já alguns anos, e que sentia muito a falta do
marido, e não via mais razão de viver. Vamos relembrar este episódio, porque já
teve uma outra sequência, e para tanto, vamos transcrever o diálogo que
aconteceu há algum tempo:
"Após ouvi-la, deixei-a chocada quando
perguntei por que então não se enterrava junto (tipo tratamento de choque).
Sugeri depois, que começasse a viver, pois tinha direito à felicidade.
Indiquei-lhe procurar os Centros de Convivência da Terceira Idade, que
procurasse grupos de excursão, que procurasse, enfim, contato com pessoas vivas,
e que enfim, ao invés de ficar em casa chorando a perda do companheiro querido,
que procurasse sim, manter as recordações de todos os bons momentos vividos
juntos, e que fosse tentar viver. Bem, para encurtar a história, hoje essa
pessoa continua só, mas notei uma alegria de viver no brilho de seus olhos. Tem
viajado constantemente. Nas reuniões do Cecon, conversa com amigas lá
conhecidas, faz tricô, está aprendendo pintura em seda. Enfim, está vivendo.
Está feliz. Esqueceu o marido? Claro que não. Sempre se lembra dos momentos
felizes vividos juntos. Mas são lembranças boas, e não amargas. Não lamenta mais
o fato dele não estar mais aqui, mas sim alegra-se por ter tido sua companhia
por tantos anos."
Bem isso foi em novembro de 2008. Hoje, tive o
prazer de encontrar essa amiga. Pareceu-me rejuvenescida. Está amando. Encontrou
um outro coração solitário, e estão namorando. Ela tem 71 anos, e o feliz
noivinho, tem 74. Estão felizes. Estão vivendo novamente. Fiquei feliz quando
ela me disse que foi aquele diálogo que abriu seus olhos para a vida, e é fácil
entender que, como ocorreu com ela, qualquer pessoa solitária pode encontrar um
outro alguém que esteja igualmente solitário. Claro que não se pode esperar que
surja uma grande paixão, um grande amor. Mas basta que surja alguém com quem
possa dividir a solidão. Alguém com quem se possa caminhar de mãos dadas pela
vida...
Verdade seja dita, tal encontro não é imprescindível, pois é
perfeitamente possível administrar-se a solidão. Basta que se encontre uma
ocupação. Algo com que preencher o tempo ocioso. Os fatos são os mesmos, o que
muda é o enfoque. É a maneira de se encarar os fatos.
Se a idéia serviu para
uma pessoa que estava completamente amargurada, poderá servir para qualquer
pessoa. Basta que consiga acender uma pequena luzinha em sua vida. Basta que
entenda seu direito à felicidade e saiba usá-lo.
E amigos, como é bom
sentir-se VIVO, como é poder agradecer ao Amigão o fato de sentirmos a alegria
de viver.
Para cada problema existe uma solução. Só temos que saber procurar.
O importante é nunca entregar os pontos. E o ponto final da vida só surge quando
ela efetivamente acaba, e nunca antes.
Bem crianças, vamos sempre procurar
viver, e para isso, o melhor é fazer de cada dia, sempre UM LINDO
DIA...
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