PARA O DIA DOS PROFESSORES
Marcial Salaverry
Parafraseando um velho ditado, digo que de professor e louco,
todos temos um pouco. Todos nós temos algo de professor dentro de nós. Sempre temos algo a ensinar a alguém e,
principalmente, sempre estamos pelo menos, querendo ensinar algo a alguém. Vai
daí que, o Dia do Professor é dedicado a todos nós, e não somente àqueles heróis
e heroinas que labutam nos bancos escolares, ganhando uma fábula de salário
(lógico, fábula é coisa que não existe...) procurando ensinar suas matérias a
alunos, na maioria das vezes muito recalcitrantes.
Qual de nós não tem um lugarzinho especial na memória para
algum professor (a) que teve uma passagem marcante em nossa vida? Eu,
particularmente, retiro das brumas de um passado longínquo o nome de Dna. Rosina
Pastore, que foi minha professora no quarto ano primário e admissão ao ginásio
no Grupo Escolar Arthur Guimarães. Sem
dúvida alguma, UMA SANTA. Muito do que
sei e sou, devo a ela, pelas lições de vida que dava em suas aulas.
Acho que a melhor homenagem que se pode prestar a esses
profissionais abnegados é esse mergulho no passado e, com um pensamento forte e
saudoso ver e relembrar a importância que os professores tiveram em nossa
vida. Não deixo, também, de estender os
parabéns a todas as pessoas que, revelando o professor que existe dentro de si,
sempre estão prontos a transmitir seus conhecimentos para outrem. Todo aquele que ensina alguma coisa a alguém,
pode com todo direito ser chamado de professor.
Então, a todos aqueles que em alguma época da minha vida dividiram seus
conhecimentos comigo, meu MUITO OBRIGADO E MEUS PARABÉNS pelo dia 15 de
outubro.
Ainda temos que falar sobre quem realmente é o elo entre as
gerações, entre Pais e Filhos. São os incompreendidos e abnegados professores e
professoras.
Muita gente acha que é muito fácil ser professor. É só
decorar as aulas, e despejar matéria em cima dos alunos. Depois, corrigir as
provas, dar as notas, e pronto. É verdadeiramente uma maravilha ser professor,
contudo, vamos esquecer as
utopias, e vamos para a realidade, eis que é preciso reconhecer que é uma das
classes mais mal remuneradas que existe. Se não tiver outras fontes de renda,
tem que correr feito doido atrás da bola, em 3 e 4 empregos, para tentar morrer
de fome com dignidade, e não
podemos esquecer os longos anos de estudo para chegar ao Magistério. Realmente,
Professor não é uma profissão, é um estado de espírito. É uma
vocação.
Agora entra em pauta a parte mais delicada do que é ser
Professor, ou seja, que deveria ser a complementação da educação iniciada nos
lares. Deveria, mas na maior parte dos casos (principalmente no curso primário),
as crianças chegam para as salas de aula sem a mínima orientação de vida, sem
sequer saber com exatidão o que foram fazer na escola.
Nesses casos, o Professor tem que fazer a coisa desde o
início. Precisa burilar a criança. Trabalhar a cabecinha, "trazendo-a" para o
ambiente escolar. Esse trabalho nem sempre é compreendido pelos pais, que acham
ser uma "interferência" na educação familiar, que, na
verdade inexiste.
O
problema cresce quando numa sala de aula existe um ou mais "adolescentes
rebeldes", fruto de uma "deseducação familiar" total e completa. Os professores,
em casos como esse tem que fazer "das tripas coração" para não deixar que o mau
aluno deteriore o ambiente da sala de aula. Procura os pais que nem sempre
colaboram (nunca tem tempo para ir às reuniões). Enfim, não é fácil lidar com
esse tipo de adolescentes, e com esse tipo de pais
também...
É
preciso muita psicologia para lidar com crianças, dada a heterogeneidade que se
encontra em uma sala de aula, e o problema principal são os adolescentes que já
trazem mais arraigados os problemas domésticos, e que são por natureza revoltados contra alguma
coisa, que nem mesmo eles sabem definir, e que os professores procuram
"consertar".
Enfim, temos que registrar aqui uma homenagem a estes que são
o verdadeiro elo "intergeracional". É um trabalho de "sapa", nem sempre
compreendido, mal remunerado e super sacrificado. Afinal, estão lidando com o
futuro das crianças. Muitas vezes crianças-problema são "consertadas" na sala de
aula, graças ao trabalho psicológico lá desenvolvido pelos professores. Muitas
vezes o trabalho dos professores é estragado pela falta de uma complementação
doméstica.
Nem
vale a pena lembrar que por vezes professores (as) sofrem agressões por parte de
alunos, ou de pais de alunos, o que é simplesmente lamentável, mas é coisa que
realmente acontece...
Crianças, continuem obedientes e obedeçam à ordem deste
aluno e mestre: TENHAM UM LINDO DIA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário