A melhor coisa
das viagens, é lembrá-las...
Principalmente
quando as recordações são boas...
E o lugar
realmente valeu a pena...
Osculos e
amplexos,
Marcial
*TEXTO PUBLICADO EM 23/11/2004
Uma viagem a uma cidade como Paraty, tem que ser encarada
sob diversos pontos de vista, pelo muito que se há para ver, e tudo de uma
beleza impar. Um espetáculo agradável para os olhos, e bom para a
alma...
A cidade propriamente
dita, é toda ela uma autêntica memória viva. Principalmente o chamado “Centro
Histórico”. É bem o centro da cidade mesmo, e em tudo e por tudo, é um mergulho
em nossa história.
Antes que a ganância
imobiliária transformasse tudo aquilo em prosaicos e confortáveis “boulevards”,
para gáudio apenas dos turistas consumistas, o Condephaat houve por bem promover
o tombamento de todo aquele casario, bem como a conservação do calçamento em
pedras, (chamada de “pedras pé de moleque”), o que já é uma autentica relíquia
histórica.
Pouco confortável para
quem percorre suas ruas, mas vale a pena faze-lo. Vale a pena ver e procurar
mergulhar nas histórias, e muitas estórias que existem. Não se sabe onde termina
a história do que realmente aconteceu, das estórias criadas em torno do que é
real. Mas é verdadeiramente fascinante escuta-las todas, seja através dos guias
de turismo, seja através dos habitantes.
É interessante ouvi-las
in loco.
Uma das mais peculiares,
fala da noiva que morreu na hora do casamento, e o noivo sonhou que estava viva
e quis abrir o caixão, o que foi recusado. Anos depois, o tumulo foi aberto, e
notaram horrorizados, que a moça estava com o braço do lado de fora do caixão.
História? Estória? Sabe-se lá...
Outro detalhe
interessante pode-se notar no meio fio, pois existe um desnível vindo dos dois
lados da calçada para o meio da rua. Existem duas explicações, ambas plausíveis,
pois uma fala que é para o escoamento natural da subida da maré, que sempre
invade esse lado da cidade, e outra, para o escoamento das águas servidas, pois
em priscas eras não havia serviço de esgoto. Atualmente sente-se apenas o cheiro
de maresia, mas antes...
A chamada cidade nova,
tem tudo o que se pode encontrar em cidades voltadas ao turismo, ou seja,
pousadas e mais pousadas, hotéis, shopping, etc... Mas o verdadeiro comércio de
Paraty está nas lojinhas da cidade histórica, sendo aquele algo mais que atrai
os turistas, sempre os chamando para visitas constantes apesar do desconforto de
se andar por lá. São centenas de pequenas lojas, com tudo que se possa comprar,
ou quase tudo.
Paraty não dispõe de
praias para banhos de mar. Para tanto, será necessário o “sacrifício” de
procurar as praias das muitas ilhas que existem por lá. Com praias
verdadeiramente paradisíacas. Será preciso uma estadia muito longa, ou muitas
estadias pequenas, para conhecer a todas.
A Natureza exige um
capítulo à parte. Não apenas a beleza que rodeia o lugar, e é visível sem sair
da cidade. O sol dá um show especial, corroborado por sua amante eterna, a lua,
que não lhe fica atrás em beleza. Mas isso, pode-se dizer que pode ser visto em
outros locais. Mas Paraty tem um certo clima que nos envolve numa aura de
romantismo.
Mas o passeio de barco,
que leva o dia todo, com delicioso almoço a bordo, é algo
inesquecível.
Não apenas pelo passeio
em si, que agrada até mesmo a quem tem medo do mar, pois as águas da baía são
super calmas. Até demais para meu gosto, pois sempre prefiro sentir o balanço do
mar, mas nem todos pensam da mesma maneira. Mergulhar naquelas águas plácidas e
frias, dá um prazer enorme, pois faz quase que uma lavagem em nossos problemas.
Ficar boiando, apreciando o céu de um azul incrível, pássaros voando, e de vez
em quando um mergulho para visitar os peixinhos, é bom
demais.
E mergulhar ao lado de
incontáveis peixinhos multicores que chegam a mordiscar nossa perna em busca de
alimento, é verdadeiramente inenarrável.
Há que
faze-lo.
O visual das ilhas é um
encanto para os olhos. E as histórias e estórias que as envolvem, são um deleite
para os ouvidos e para a imaginação. A maioria delas é de propriedade de pobres
milionários, que as adquiriram em operações (consta que em sua maioria produtos
do famoso Caixa 2) envolvendo milhões de dólares, e construíram casas que são
autenticas fortalezas, e sempre no meio das ilhas, para melhor defesa do
território, e para fugir da curiosidade popular.
A visitação é proibida,
pois fazem questão de manter sua privacidade, o que não se pode discutir.
Qualquer um faria o mesmo. Até a famosa “Ilha de Caras” só permite acesso com
credenciamento.
Essa é a Paraty que vi.
Deixo de citar detalhes históricos, quase sempre enfadonhos, pois podem ser
encontrados seja na leitura dos folhetos, distribuídos à vontade, seja em sites
da Internet.
Pretendo voltar por lá,
para ter novamente aquele LINDO DIA, que desejo a
todos...
Marcial Salaverry
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