Ser pai, é fácil...
Saber ser pai, já é outro papo...
Osculos e amplexos,
Marcial
Muito há o que se falar sobre o
relacionamento entre Pais e Filhos, que é um assunto bem complexo, devido aos
diversos tipos de pais que encontramos.
Inicialmente, vamos falar
daqueles pais que procuram realizar seus sonhos através dos filhos. Por exemplo, aquele pai que acalentava o
sonho de ser médico. Desde pequeno,
procura incutir na cabeça da criança a maravilha que é ser médico. Argumenta
“que é uma profissão linda, que cura as
pessoas, salva vidas” (esquece-se de dizer que também pode matar se não for um
médico competente). Daí, a criança
cresce sofrendo aquela lavagem cerebral e, quando indagado sobre o que vai ser
quando crescer, responde automaticamente: “Médico, né papai?”.
Na verdade, o que deve ser feito é uma análise profunda sobre as reais
vocações da criança, observando suas tendências, e mesmo fazendo um teste
vocacional para que se possa chegar a uma conclusão sobre a carreira a seguir. Quantas vezes vemos um médico frustrado,
porque sua vocação era outra. Ser poeta, por exemplo...
Existem muitos pais que, ou por comodismo, ou por desamor, preferem
deixar que os filhos cresçam tendo todas suas vontades satisfeitas, sem
mostrar-lhes limites, sem coibir-lhes os excessos. Não é por aí, pois as crianças sempre
precisam conhecer seus limites, saber até onde podem chegar, e o que lhes é
permitido.
Por outro lado, temos o oposto, ou seja, pais que impõem disciplina quase
militar, tudo proibindo, tolhendo os passos e não deixando que a criança sequer
se manifeste, sob a alegação: “Eu sei o que é melhor para meus filhos” Será que sabem mesmo? Ao impor as proibições,
simplesmente dizem ”Não pode, porque não pode”. Também não é por aí, pois as
crianças, se precisam conhecer os limites, também precisam saber o porque
desses limites, ou seja: “Não posso usar drogas, ou fumar...por que?”. Se simplesmente forem proibidas “e pronto”,
existe o perigo de sentir a curiosidade de provar, só porque “é proibido”. E aí... os pais perguntam: “Onde foi que eu
errei?”
O ideal é o meio termo, nem tanta liberdade (que acaba levando à
liberalidade), nem tanta repressão. O que se deve fazer é ficar “em cima do
muro”, ou seja, através de muito diálogo, sempre procurar dar uma orientação
segura sobre as coisas da vida. A
criança precisa sentir confiança nos ensinamentos recebidos em casa, para não
procurar informações fora. Lá nem sempre
é bem orientado. É certo que dá trabalho
manter esse diálogo em casa, essa orientação constante, mas é um trabalho
compensador.
Existe ainda um ponto de equilíbrio importante nessa relação entre Pais e
Filhos, que é o papel importantíssimo representado pelos PROFESSORES, estes,
verdadeiros auxiliares dos pais. Vejam
bem, não podem ser considerados os substitutos dos pais, devem sim,
complementar a educação iniciada em casa.
Porém, por vezes se vêem na obrigação de assumir as rédeas, devido à
omissão de muitos pais. E isso, realmente, é lamentável.
Muitas vezes atribui-se às “más companhias”, certos descaminhos dos
filhos. Na verdade, o que não houve foi uma orientação adequada, que desse ao
jovem o discernimento para saber evitar as tais “más companhias”.
Bem, para que o Dia dos Pais seja dignamente comemorado, não basta um
almoço especial, nem um belo presente. É
preciso que durante todos os dias do ano haja um clima de paz e de
amizade. E, principalmente, muito diálogo,
muita troca de informações, de ensinamentos.
Pais e Filhos, precisam, antes de tudo cultivar e viver em um clima de
amizade e compreensão, para que certas coisas daninhas não aconteçam, tendo
assim, sempre UM LINDO DIA, e não apenas no chamado Dia dos Pais.
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