PESSACH
"Há um história kabalística a respeito de um homem
justo que tinha muitos discípulos. Certo dia, um desses alunos dirigiu-se a
esse mestre dizendo: "Não acho que posso continuar aqui. Tenho tantas
perguntas, há tantas coisas que eu não compreendo. Simplesmente não posso
seguir neste caminho. Quero desistir".
Simples e calmamente, o kabalista respondeu:
"Essas perguntas lhe ocorreram antes ou depois que você decidiu que esse
não era o seu caminho?"
O aluno pensou por uns instantes e disse: "
Bem.. sim.. o senhor tem razão. As perguntas me ocorreram depois que eu tomei a
decisão. Por quê?
"Bem", o kabalista respondeu: "
parece que você não tem perguntas. Você tem respostas."
Frequentemente, quando olhamos para os outros –
nossos amigos, cônjuges, irmãos e até mesmo pessoas que conhecemos apenas
socialmente – não temos perguntas; temos respostas. Armados com nossos
preconceitos e julgamentos, fechamos a porta do nosso coração em vez de deixá-la
aberta para essas pessoas entrarem.
Muitas vezes, não damos um passo atrás para poder
apreciar aqueles que estão ao nosso redor. Talvez seus valores sejam diferentes
dos nossos. Talvez tenham um estilo de vida diferente do nosso. Mesmo assim,
cabe a nós aceitá-los – exatamente como são – como parte de nossa vida. Por
quê? Porque no momento em que decidimos julgar a forma como outra pessoa vive,
nos colocamos no papel do Criador. E nós não somos o Criador. Ninguém é.
A Bíblia diz que Moisés pediu para ver a face de
Deus, e Deus disse : "Você não pode ver Minha face. Mas eu lhe mostrarei
Minhas costas". O que isso significa? Basicamente, o Criador estava
lembrando a Moisés que nós, por sermos humanos, não enxergamos o cenário
inteiro mas apenas o que o Criador escolhe revelar para nós.
A verdade é que quando olhamos para outra pessoa,
não sabemos quantas vidas ela já viveu ou o que ela fez. Não sabemos por que
ela foi colocada no "recipiente" onde agora existe. Tampouco sabemos
como será o seu amanhã. Nós enxergamos apenas a visão limitada deste momento,
esta foto instantânea na linha do tempo. Portanto não podemos julgar. Vidas
inteiras de experiências e informações estão invisíveis aos nossos olhos, assim
como um futuro de possibilidades que não podemos prever.
À medida que Pessach se aproxima, precisamos nos
lembrar de que se quisermos nos conectar com a totalidade da energia que estará
disponível na ocasião, é necessário estarmos preparados para chegar a essa
festividade trazendo perguntas e não respostas. Precisamos nos preparar para
estarmos abertos à possibilidade de uma nova experiência e para vermos que
somos pontos minúsculos em um mundo de Luz. Por quê? Porque a única maneira que
você e eu, e todos nós, podemos nos tornar "alguém" é entender que
não somos "ninguém". No mundo da Luz, independentemente de posição,
honra ou posses, tudo pode mudar em dois segundos. É por esse motivo que é tão
importante que todos nós tenhamos a marca característica da apreciação.
Nós, seres humanos, geralmente vemos o copo meio
vazio. Olhamos para as pessoas e imediatamente as julgamos por seus defeitos. A
maioria de nós não se volta para outro ser humano e diz: "Uau, como você é
maravilhoso!" Geralmente começamos encontrando os defeitos, aqueles pontos
que parecem escuros para nós.
Esta
semana, entretanto, temos condições de fazer uma escolha diferente. Temos a
oportunidade de seguir em frente valorizando, apreciando, tudo e todos em
nossas vidas, e com essa energia podemos abrir a porta dos milagres."
Texto escrito por Karen Berg
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